Silvio Almeida afirma que direitos humanos não podem ser alvo de disputa ideológica

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, participou de coletiva com mídias independentes na qual tratou dos desafios da pasta – em especial, a luta de ideias para que a sociedade entenda a sua importância. Na entrevista, realizada remotamente na terça-feira (6), colocou que direitos humanos não podem ser alvo de disputa ideológica.

No encontro promovido pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, dez jornalistas tiveram a oportunidade de dirigir perguntas ao ministro. Eles transitaram entre temas como a atenção às comunidades indígenas e populações periféricas; os esforços por memória, verdade e justiça em relação à ditadura; a punição aos responsáveis pela tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, entre outros.

Noção equivocada

Segundo o ministro, advogado, filósofo e professor acadêmico, há uma disputa ideológica em torno dos direitos humanos. “Parcela expressiva da população sente ódio dos direitos humanos, com uma noção equivocada do que significam”. “Há uma manipulação do discurso sobre o tema sobre como se fosse uma licença para retirar das pessoas a sua segurança”, complementa Almeida, “confundindo a defesa dos direitos humanos como se fosse a defesa do crime”.

Autor de Racismo estrutural, uma das obras que balizam o debate antirracista no país hoje, o ministro avalia que os direitos humanos devem perpassar todas as políticas públicas, inclusive a economia. “É preciso transformar o tema em debate sobre economia política. Precisamos conquistar corações e mentes, estabelecendo os direitos humanos como parte fundamental da nossa experiência vital, do nosso modo de vida no Brasil”. Assista na íntegra ao papo e inscreva-se no #canaldobarão!

Sobre o ministro Silvio de Almeida

Silvio Almeida é advogado, professor e escritor, e atualmente ocupa o cargo de ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil. É doutor em direito pelo departamento de filosofia e teoria geral do direito da Universidade de São Paulo, com pesquisas de pós-doutoramento em direito e em economia. É professor da faculdade de direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tanto na graduação como no programa de pós-graduação Stricto Sensu. Também é professor das escolas de administração e de direito da Fundação Getúlio Vargas.

Em 2020, foi professor visitante no Centro de Estudos Latino-Americanos e Caribenhos da Universidade de Duke (EUA). Em 2022 foi professor do Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Columbia na Cidade de Nova York (EUA). Silvio destacou-se por sua atuação à frente do Instituto Luiz Gama. A organização da sociedade civil visa a inclusão de minorias e à promoção de uma educação antirracista. Nos últimos anos proferiu palestras e nacionais e internacionais sobre temas relacionados ao direito, à filosofia, à economia política, aos direitos humanos e às relações raciais.


Da redação da RBA com informações do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé

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