Jair Bolsonaro tem novo encontro marcado com a Polícia Federal esta semana. Está previsto para quinta-feira (31) mais um depoimento do ex-presidente, desta vez para agentes que investigam o grupo de empresários que, em 2022, foi flagrado defendendo um golpe de Estado no Brasil em mensagens disparadas pelo WhatsApp.
Para azar de Bolsonaro, o celular de um desses empresários — o dono da empreiteira Tecnisa, Meyer Nigri — continha a prova de um crime cometido pelo ex-capitão. Trata-se de um texto contendo ataques a integrantes do Judiciário e fake news sobre as urnas eletrônicas, seguido da ordem: “Repassar ao máximo”.
Ao perceber que não adiantava negar, uma vez que as provas são mais que claras, Bolsonaro tentou desdenhar: “Eu mandei para o Meyer, qual é o problema?”, admitiu à Folha de S. Paulo, tentando convencer alguém de que não se trata de nada de mais.
Porém, a mensagem comprova que Bolsonaro participou diretamente do disparo de mentiras com o intuito de criar instabilidade política no país e atacar a democracia. E isso é crime.
De acordo com o site Intercept Brasil, levantamento feito pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP, apontou que a mentira contada pelo ex-presidente foi compartilhada por pelo menos seis aliados e canais da extrema direita, que somam 320 mil seguidores.
A investigação da PF também coloca Bolsonaro como um dos incentivadores dos ataques do 8 de Janeiro, uma vez que os golpistas claramente agiram insuflados pelas mentiras espalhadas pela extrema direita a respeito das urnas, dos institutos de pesquisa e do sistema eleitoral brasileiros.
Além de motivar o depoimento desta quinta-feira, a revelação dessas mensagens levou o PT a pedir que elas sejam incluídas em um dos processos que tramitam no TSE contra o ex-capitão e originou um pedido para que a CPMI do Golpe ouça Meyer Nigri.
Da Redação do PT