Parlamentares do PT rechaçam editorial do jornal Folha de S. Paulo em defesa da privatização da Petrobras, CEF e Banco do Brasil

Parlamentares do PT repudiaram o editorial do jornal Folha de S. Paulo deste domingo (25) no qual é defendida a privatização da Petrobras, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, empresas que desempenham papéis estratégicos para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente o editorial,  que em sua opinião “escancara a cobiça privatista’ e “evidencia que o jornal está a serviço de poderosos interesses, mas não do Brasil”.

Gleisi lembrou que as “estatais brasileiras tiveram lucros somados de R$ 197 bilhões em 2023, dos quais R$ 49 bilhões  foram para a União na forma de dividendos e participações. Petrobras, BB e Caixa foram responsáveis por R$ 170 bilhões desse lucro, e é justamente sobre estas três que a Folha, em seu editorial de capa, escancara a cobiça privatista no editorial desavergonhado deste domingo”.  O editorial engana seus leitores ao não mostrar o lucro das três estatais.

Mentira grosseira

Segundo a presidenta do PT,  “diante desses números, dizer que o conjunto das estatais seria “custosamente mantido” pelo Estado é mentira grosseira. Afirmar que as privatizações feitas pelos governos neoliberais foram “bem-sucedidas”, diante de descalabros com o serviço de energia de São Paulo ou de escândalos como o subfaturamento da Vale e da Eletrobrás é menosprezar o bom senso”.

Em post no X, antigo Twitter, a parlamentar acrescenta: “ O entreguismo da Folha evidencia que o jornal está a serviço de poderosos interesses, mas não do Brasil”.

Também no X, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) denuncia o jornal. “A @folha  faz editorial mentiroso hoje para defender a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa.  As estatais são lucrativas e deram retorno bilionário para a União em 2023. O editorial mente ao dizer que a maior parte do povo brasileiro é a favor das privatizações, que as privatizações no Brasil são um sucesso e que as empresas públicas são “custosamente” mantidas pelo Estado.”

Segundo Lindbergh, “a  Folha escancara os interesses privados sobre ativos estratégicos do país no setor de petróleo e gás e também no sistema financeiro. A quem interessam Petrobras, BB e Caixa privados? Certamente não é ao povo brasileiro. O editorial é uma clara afronta à nossa soberania e deve ser repudiado!”

Para Carlos Zarattini (PT-SP), o editorial é na verdade um “delírio privatista!” . No X, ele escreveu que a “hoje a  @folha  resolveu retomar a ladainha das privatizações. Mais guerrinha contra o governo Lula. No fundo estão dando lavagem pro gado bolsonarista!”.

Folha mente sobre Datafolha

Segundo a Revista Fórum, a Folha mentiu descaradamente sobre a própria pesquisa Datafolha para defender a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil e da CEF. Ao defender que o “trio de gigantes deve ser o próximo tabu a ser derrubado no bem-sucedido programa brasileiro de desestatização”, o jornal da família Frias diz que “o Datafolha mostrou, no ano passado, que as opiniões favoráveis a privatizações já realizadas ou em curso —da telefonia ao saneamento, de rodovias e aeroportos à energia— superam as contrárias”.

No entanto, a própria reportagem linkada no texto disponibilizado no site, com o resultado da pesquisa divulgada em 8 de abril de 2023, mostra que 45% dos brasileiros se dizem contrários às privatizações, contra 38% que se dizem a favor.

A pesquisa revela ainda que há maior rejeição ainda à privatização do “trio de gigantes”: 53% são contra a privatização da Petrobras e 55% não querem a venda do BB e da Caixa.

A mesma pesquisa Datafolha que mostrou que a maioria dos brasileiros é contra a privatização da Petrobras, BB e Caixa aponta que o maior apoio à venda das estatais se encontra entre os simpatizantes do PL, do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro: 70% ante 30% que dizem ser contra.

Entre os simpatizantes do PT, de Lula, a pesquisa mostra o inverso: 56% são contra e 28% a favor. A pesquisa ainda mostra que aqueles que simpatizam com “outro partido” também rechaçam a política neoliberal: 43% contra e 41%. Assim como entre os que não têm preferência partidária: 41% a 39%.

Diz a Fórum: “Dona do banco virtual PagBank, que lucrou R$ 542 milhões no segundo trimestre de 2024 (alta de 31%) e que dá lastro às atividades “jornalísticas” do grupo Folha, a família Frias repete a mesma ladainha de décadas, sobre “aparelhamento e má gestão”, para justificar a venda das três empresas.”

Mídia golpista

A Fórum lembra que a  defesa da privatização das três grandes empresas públicas – que têm importância estratégica diante de dois setores, de petróleo e bancos, cobiçados pelo sistema financeiro internacional – “acontece em meio ao flerte da família Frias com o bolsonarismo. Neste mês, a Folha vem se alinhando ao bolsonarismo e incitando, por meio de denúncias vazias, uma nova ação de extremistas ligados a Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e, principalmente, Alexandre de Moraes.”

“Em um levante contra o ministro, um dos principais inimigos de Bolsonaro, a Folha acusou Moraes de “atuar fora do rito” em uma série de denúncias vazias a partir do vazamento de conversa de assessores subordinados a ele no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As gravações foram vazadas à Folha e ao jornalista Glenn Greenwald, ao que tudo indica, por policiais subordinados ao governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) a partir de uma prisão suspeita do ex-chefe do departamento de fake News do TSE, Eduardo Tagliaferro, propagada nas redes por Carla Zambelli (PL-SP).”

Por: PT na Câmara com revista Fórum

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