“Não há democracia sem sindicato forte”

Por Julimar Roberto

 

Bons ventos estão soprando a favor do mundo do trabalho. Na quarta-feira (20), o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o chefe do Executivo norte-americano, Joe Biden, lançaram, no âmbito da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o documento intitulado “Coalizão Global pelo Trabalho”, resultado de uma iniciativa inédita entre os dois países, com o objetivo de promover o trabalho digno.

Segundo o acordo, Brasil e EUA trabalharão em estreita colaboração com parceiros sindicais dos dois países e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os governos pretendem envolver outras nações e parceiros globais na iniciativa, fomentando um desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras, para garantir um crescimento econômico equitativo.

Como não se orgulhar ao ver que, pela primeira vez em mais de 500 anos de história do Brasil, nosso país se posiciona em igualdade de condições junto ao presidente norte-americano para discutir o problema crônico da precarização do mundo do trabalho?

Segundo o próprio Lula, essa iniciativa possibilitará a geração de empregos com direitos, induzindo um desenvolvimento econômico e social sustentável e equitativo. Em suma, o plano é proteger os sindicatos e valorizar os trabalhadores.

Um trecho do documento diz que “os trabalhadores e seus sindicatos lutaram pela proteção no local de trabalho, pela justiça na economia e pela democracia em nossas sociedades. Eles estão no centro das economias dinâmicas e do mundo saudável e sustentável que procuramos construir para nossos filhos. Diante dos complexos desafios globais, desde as alterações climáticas até o aumento dos níveis de pobreza e à desigualdade econômica, devemos colocar os trabalhadores no centro de nossas soluções políticas. Devemos apoiar os trabalhadores e capacitá-los para impulsionar a inovação que necessitamos urgentemente para garantir nosso futuro.”

Isso representa o reconhecimento de que foram os trabalhadores e trabalhadoras que construíram as duas nações, Brasil e Estados Unidos, desde a infraestrutura mais básica até as tecnologias mais avançadas. E deixemos que as palavras de Lula, ditas ao lado do mandatário norte-americano, ressoem bem alto e por todos os cantos: “Não há democracia sem sindicato forte, porque o sindicato é quem fala pelo trabalhador para defender seus direitos.”

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