Ministério das Mulheres lidera grupo de trabalho sobre políticas de gênero no G20

Presidido pelo Brasil, o Grupo de Trabalho de Políticas Públicas para Mulheres do G20 fará a primeira reunião entre os dias 17 e 18 de janeiro. Por meio de videoconferência, o encontro inaugural do GT  se dará em nível técnico, mas a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, fará uma fala de abertura para dar as boas-vindas aos representantes dos membros do bloco, e enfatizar a importância que o governo brasileiro dá ao G20 e ao combate à desigualdade de gênero, revelou o Ministério das Mulheres.

O grupo tem como principal objetivo fortalecer o debate de gênero e a disseminação de boas práticas e políticas públicas em prol dos direitos das mulheres e meninas entre os países do G20, com foco no 5° Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável (ODS 5): Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.

São três os temas sobre os quais o grupo irá se debruçar: igualdade de gênero, enfrentamento à misoginia e às violências,  e justiça climática.  Aliada ao debate da igualdade – que passa pela questão da autonomia econômica das mulheres e da igualdade salarial – está a política sobre o trabalho de cuidado.

De acordo com o MMulheres, o tema da igualdade será proposto em dois eixos: Igualdade e autonomia, no qual a divisão sexual do trabalho figura como base material que perpetua a desigualdade entre homens e mulheres, por meio da garantia de empregos e salários superiores aos homens e do trabalho doméstico das mulheres; e Trabalho e Políticas de Cuidado, sobre a realidade do trabalho pouco valorizado e não pago da economia do cuidado, apesar de essencial para a construção das sociedades, e que sobrecarrega as mulheres em todo o mundo.

“Eu acredito que nós teremos um Brasil antes da lei da Igualdade Salarial, o outro Brasil, no pós igualdade. E isso, na verdade, é uma questão que envolve o mundo, porque a maioria dos países que já aplicam a Lei da Igualdade salarial mostra que o PIB se desenvolve. A economia se desenvolve. Portanto, é processo, na minha avaliação, civilizatória”, avalia Gonçalves.

Já em relação ao segundo eixo é essencial tratar de questões que passam pela discriminação, preconceito e enfrentamento a todas as formas de violência, inclusive feminicídio. Infelizmente, estes elementos transpõem barreiras e territórios, de modo que bilhões de mulheres em todo o mundo são vítimas das mais variadas formas de violências.

O eixo da Justiça Climática apresenta o desafio de estimular os países membros do G20 a oportunidade de pensar soluções que mitiguem os efeitos das mudanças climáticas, que têm as mulheres como principais vítimas dos desastres naturais. “São as mulheres, aquelas que quando os barracos caem ou quando a chuva vêm, as que mais sofrem com seus filhos que têm mais vulnerabilidade, mais para o outro lado”, afirma ministra em entrevista ao G20 Brasil.

“Mas também são as mulheres as que mais preservam o meio ambiente no Brasil e no mundo. A gente tem trabalhado a justiça climática do ponto econômico, do ponto do desenvolvimento e da sustentabilidade. Mas nós precisamos perceber que a sustentabilidade e o desenvolvimento têm gênero. São elas que estão ali, plantando a árvore, a horta, trabalhando na perspectiva, tanto do desenvolvimento sustentável quanto da preservação da natureza. Eu acho que nós precisamos incluir as mulheres  no debate do desafio à justiça climática”, defende a ministra.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres e do G20 Brasil

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