Ministério das Mulheres abre processo para mapear movimentos de mulheres no país

A fim de mapear grupos, coletivos, entidades, movimentos, redes e organizações de mulheres e/ou feministas que atuam pela garantia dos direitos das mulheres, o Ministério das Mulheres e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher lançaram este mês o Mapa Colaborativo das Mulheres Brasileiras. Para participar do processo, basta clicar aqui.

A iniciativa busca reunir, por meio de um formulário de coleta de dados, informações desses grupos para garantir um processo preparatório, inclusivo e diverso da V Conferência Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres, prevista para ser realizada em 2025.

Sandra Marrocos, coordenadora da Educação para Igualdade da Secretaria Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, integra o Grupo de Trabalho que objetiva levantar e fazer o mapa colaborativo das mulheres acontecer. Ela falou um pouco sobre o surgimento da ideia.

“Durante uma reunião do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, a ministra Cida Gonçalves fez uma provocação colocando a necessidade de se ter um levantamento e mapeamento do maior número possível de redes, coletivos, movimentos de mulheres e/ou feministas no país inteiro levando em conta o território e a diversidade. E aí foi tirado um Grupo de Trabalho composto pelo Ministério das Mulheres e CNDM”, afirmou Marrocos.

Ela ressalta, ainda, que o Mapa Colaborativo irá contribuir para que a V Conferência seja plural mostre a diversidade do Brasil inteiro. Outro ponto é a necessidade de o ministério ter um banco de dados que facilite a articulação e também colabore na parceria com os movimentos sociais.

“Outra questão é que será realizado em novembro, em Brasília, o Encontro Nacional de Movimentos de Mulheres e/ou Feministas, e o Mapa é uma ferramenta que vai apresentar subsídios para a gente mobilizar essas mulheres. Até agora, o Ministério conta com mais de 500 respostas. Esta é uma ferramenta bacana para a gente conhecer como estão organizadas as mulheres no Brasil”, afirmou.

Segundo o Ministério das Mulheres, “o que está em pauta é a inclusão de todas as mulheres no debate e na construção da V Conferência, em um processo que signifique avanço no enfrentamento à misoginia, na defesa da vida das mulheres e na promoção da igualdade de gênero no âmbito da vida cotidiana, no ambiente de trabalho, na representação política e no poder.”

A V Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres seria realizada em 2021, mas foi adiada devido a pandemia de Covid-19.

O que é uma conferência e qual a sua importância

Segundo o Instituto Pólis, “a característica principal de uma conferência é reunir governo e sociedade civil organizada para debater e decidir o que deve ser prioridade nas políticas públicas nos próximos anos.”

A primeira conferência nacional de políticas para as mulheres ocorreu no governo Lula, em 2004, e teve como tema: “Políticas para as Mulheres: um desafio para a igualdade numa perspectiva de gênero”. A segunda, realizada em 2007, debateu “Desafios para a construção da igualdade na perspectiva da implementação do PNPM e avaliação das ações e políticas propostas no PNPM. E a participação das mulheres nos espaços de poder.”

A terceira foi realizada durante o governo Dilma, em 2011, e levou ao debate o tema “Autonomia e igualdade para as mulheres”. E a última, em 2016, antes do golpe contra a ex-presidenta, teve a temática “Mais direitos, participação e poder para as mulheres.” A quinta conferência voltada para as mulheres está prevista para ser realizada em 2025.

As conferências, portanto, são instrumentos fundamentais que consolidam a participação social e o diálogo entre sociedade civil e poder público.

Da Redação do Elas por Elascom informações do Ministério das Mulheres e do Instituto Pólis 

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