Em mais um fracasso das políticas ultraliberais do presidente Javier Milei, a Argentina agora enfrenta um racionamento de gás natural que afeta o setor produtivo e a população, resultado do desmonte do setor energético local. Sensível à crise, o Brasil atendeu ao pedido de socorro do país vizinho, ao qual enviou, na semana passada, 44 mil metros cúbicos de gás, transportados pela Petrobras.
A escassez de gás na Argentina é intensificada pela chegada de uma massa de ar polar e pela falta de investimentos em uma infraestrutura que já era insuficiente para atender à demanda. Para se ter uma ideia do desmonte, a política de austeridade de Milei paralisou obras em usinas que aumentariam a capacidade de transporte do gasoduto Néstor Kirchner em 50%.
O socorro dado pela Petrobras evitou um colapso do sistema de gás argentino. Além disso, foi visto por analistas e no meio político como uma demonstração de grandeza do presidente Lula, alvo de várias ofensas proferidas por Milei durante a campanha eleitoral.
O extremista de direita, também conhecido como “Bolsonaro argentino”, chegou a dizer que, em razão de suas diferenças ideológicas com Lula, não faria qualquer tipo de negócios com o Brasil.
Fiasco
A crise energética vem agravar ainda mais as dificuldades enfrentadas pelo povo argentino em quase seis meses de governo Milei. Nesse período, por exemplo, um arrocho fiscal cortou os gastos públicos em 13% do PIB e já retirou mais de 34% do poder de compra do salário mínimo, segundo o Centro de Pesquisa e Formação da Central de Trabalhadores da Argentina (Cifra-CTA, na sigla em espanhol).
A desvalorização do peso argentino pela metade, somada ao congelamento dos salários e aposentadorias, sempre atrás da inflação, derrubou o consumo.
O país também vive uma explosão dos preços de bens e serviços. Como consequência, produtos essenciais para as famílias argentinas sumiram da mesa, como a carne e o leite.
Pobreza e miséria
Todos esses componentes contribuíram para uma forte deterioração da condições de vida do povo argentino. O índice de pobreza no país agora está em 55%, enquanto 18% da população vive em estado de miséria absoluta, indicador mais do que o dobro de um ano atrás.
Esse cenário expõe as vísceras de um modelo falido de neoliberalismo, responsável por aprofundar desigualdades sociais às custas da privatização de serviços essenciais ao bem-estar da população e de cortes em investimentos públicos, aos moldes do que fizeram Bolsonaro e Paulo Guedes no Brasil.
Na semana passada, o desastre foi materializado com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, que despencou 5,3% na comparação ao mesmo período do ano passado. Só no mês de março, o tombo foi de 8,4%.
No Brasil, empregos e mais avanços
Os estragos causados pelo populismo ultraliberal de Milei levam a uma inevitável comparação com os avanços econômicos e sociais conquistados durante o governo Lula.
No mercado de trabalho, por exemplo, enquanto na Argentina já foram perdidos mais de 100 mil empregos formais neste ano, no Brasil foram gerados mais de 240 mil postos formais apenas em abril, com a redução do desemprego para o menor patamar em dez anos – de 7,6% no trimestre encerrado em abril.
O crescimento do emprego e da renda do povo brasileiro e a melhora na economia resultaram no menor índice de nível de pobreza já registrado no Brasil na série histórica do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), iniciada em 2012.
A partir de cálculos baseados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o FGV Social divulgou, em abril, que 2,6 milhões de brasileiros saíram da condição de miséria.
No governo Lula, o fortalecimento da renda se deve a medidas como a retomada do aumento real do salário mínimo e o crescimento no número de benefícios por meio de programas sociais, como o novo Bolsa Família, que elevou a qualidade de vida das famílias brasileiras.
Da Redação PT