Os juros reais mais altos do mundo — culpa da taxa Selic mantida a 13,75% ao ano pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto — estão minando o otimismo dos empresários da micro e pequena indústria.
Segundo pesquisa realizada pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) e o Datafolha, o pessimismo no setor nunca foi tão grande.
“Em abril e maio de 2023, o Índice de Satisfação Macroeconômica dessas empresas chegou a 93 pontos, vindo de 103 pontos no levantamento anterior (em fevereiro e março de 2023), em uma escala que varia de 0 a 200 pontos”, informa matéria da Folha de S. Paulo publicada nesta terça-feira (27).
Ainda segundo a reportagem, um dos principais fatores apontados para esse pessimismo é o patamar elevado da Selic, os juros básicos. O estudo mostra que o percentual de empresas que se dizem muito prejudicadas pelas taxas de juros subiu de 52% para 66% entre março e maio deste ano.
Gleisi cobra queda dos juros
Nesta terça-feira, o Conselho de Política Monetária (Copom) divulgou ata na qual, pela primeira vez, admitiu a possibilidade de os juros serem reduzidos. Tal medida, porém, não ocorreria antes de agosto, segundo o documento.
O informe fez com que a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltasse a denunciar a sabotagem na economia promovida pelo bolsonarista Roberto Campos Neto.
No Twitter, Gleisi lembrou que o IPCA-15 acumulado em 12 meses é o mais baixo desde setembro de 2020. “Prévia mostra inflação desacelerando, em 12 meses já recua pra 3,40%. Mas a ata do Copom ainda prega cautela e parcimônia, sinalizando queda dos juros só para agosto. Tá segurando uma decisão que já podia ter sido tomada antes diante dos sinais positivos da economia”, afirmou.
“Mesmo que caia, ainda não vai ser suficiente pra deixarmos de ter o maior juros reais do mundo, processo de queda já deveria ter começado, para ter efeito de verdade. Até lá, o setor produtivo continua apertado, e o povo, endividado”, completou a presidenta do PT.
Da Redação do PT