Instituto Alziras debate papel das prefeitas no desenvolvimento nacional

A fim de reunir prefeitas para conectar a realidade e desafios concretos dos municípios governados por mulheres ao debate internacional sobre políticas de cuidado e transição ecológica e às sinalizações recentes do governo federal nesses âmbitos, o  Instituto Alziras realizou entre os dias 25 e 26 de setembro, em Brasília, o II Encontro Nacional de Prefeitas.

A atividade foi organizada em parceria com a Fundação Konrad Adenauer (KAS) no Brasil, Porticus, a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Associação Brasileira de Municípios (ABM), a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e o Google.org. Um dos focos do encontro, que reuniu mais de 40 prefeitas de 13 partidos políticos, de diferentes regiões do Brasil, foi estimular a reflexão sobre como as prefeitas podem promover o desenvolvimento econômico e social local a partir de um novo paradigma, com foco no cuidado das pessoas, na igualdade e na preservação do meio ambiente.

Durante a cerimônia de abertura foi realizada a exibição do primeiro episódio da Websérie “Prefeitas” que reúne depoimentos sobre as trajetórias, os desafios vividos e o trabalho político das mulheres à frente do poder executivo municipal, buscando visibilizar e valorizar a contribuição das prefeitas brasileiras para nossa democracia.

A secretária nacional de mulheres do PT e coordenadora do Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partido, Anne Moura, participou da atividade. Ela parabenizou a iniciativa do Instituto Alziras em realizar o encontro e destacou a importância de fortalecer as prefeitas eleitas.

“Esse nosso encontro é extremamente rico, pois mostra que, apesar de haver muito trabalho para consolidar mais mulheres nas disputas para prefeitas nas eleições do ano que vem, evidencia que estamos no caminho certo”, afirmou Moura. “É importante destacar a organização do Instituto Alziras, que atua na ampliação e no fortalecimento da participação de mulheres em sua diversidade na política brasileira. Enquanto representante do Fórum de Mulheres gosto de dizer que nós somente discutimos aquilo que nos une, o que nos é importante, e aqui é ampliarmos a presença das mulheres nas prefeituras em 2024.”

Também estiveram representantes de partidos políticos como Juliet Matos (Cidadania), Luciana Loureiro (PSDB Mulher), Deborah Carvalhido (PSD) e Cristiana Almeida (Rede Sustentabilidade). Além disso, ainda participaram do primeiro dia, as ministras Cida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, e Anielle Franco, Ministério da Igualdade Racial; a prefeita de Lauro de Freitas (BA), Moema Gramacho (PT-BA), representando a Associação Brasileira de Municípios (ABM); a consultora jurídica Elena Garrido, representando a Confederação Nacional de Municípios (CNM); e a prefeita de Uberaba/MG, Elisa Araújo (Solidariedade-MG), representando a Frente Nacional de Prefeitos (FNP).

Segundo o Instituto Alziras, “o encontro busca proporcionar um espaço de articulação, troca e celebração entre Prefeitas de diversos partidos políticos e regiões do Brasil, valorizando as políticas públicas inovadoras implementadas por seus governos e que vem demonstrando efetividade na melhoria da qualidade de vida da população”.

No segundo e último dia foram realizados os painéis “Mulheres na liderança das políticas de cuidados”, “Construindo caminhos para a transição ecológica nos governos locais”. Além disso, ocorreu a mesa Financiamento Climático e Orçamentos Municipais, com o lançamento da cartilha “Justiça Climática e Orçamentos Municipais”.

De acordo com a organização, o material “orienta a inclusão da justiça climática de forma transversal na atividade financeira municipal e no planejamento da ação governamental, contando com a participação dos membros do Comitê Consultivo Nacional do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia no Brasil”.

Pesquisa atesta qualidade da gestão de mulheres à frente de prefeituras

De acordo com o portal Congresso em Foco, pesquisa realizada pelo Instituto Alziras revelou que, “embora representem 51% da população, as mulheres governavam, até 2020, apenas 12% dos municípios 3% da população brasileira. Do total de prefeitas eleitas em 2016, 91% administravam cidades com até 50 mil habitantes. A média per capita do PIB desses municípios era inferior à média do Produto Interno Bruto das localidades geridas por homens”.

A organização sem fins lucrativos que atua para ampliar e fortalecer a participação de mulheres em sua diversidade na política brasileira, destaca que a gestão de mulheres que ocupam cargos de prefeitas apresentam resultados mais positivos.

“Em todo o país, as prefeitas brasileiras têm sido protagonistas de políticas públicas comprometidas com o desenvolvimento sustentável, a justiça social e a eliminação de desigualdades estruturais de gênero e raça. O modo singular de governar das mulheres começa aos poucos ser comprovado por estudos acadêmicos, que evidenciam, por exemplo, que os municípios chefiados por mulheres tiveram menos mortes durante a pandemia da Covid-19, que a representatividade das mulheres na política reflete em maior implementação de políticas sociais e em redução da mortalidade infantil e que as Prefeitas apresentam desempenho fiscal melhor que os prefeitos”.

Além disso, continua o Instituto Alziras, “as prefeitas são mais propensas à adoção de gabinetes paritários, o que estimula a candidatura futura de mulheres. A vitória de candidatas mulheres em eleições para prefeituras pode estimular adolescentes meninas a participar da vida política. As prefeitas, portanto, têm vocação e papel fundamental na liderança desse processo de transição para uma nova economia nos territórios”.

Da Redação do Elas por Elas, com informações do Instituto Alziras e do Congresso em Foco

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