Exemplo de solidariedade, MST envia 2 toneladas de alimentos para as famílias em Gaza

Depois de doar toneladas de alimentos a brasileiros durante a pandemia e também aos atingidos pelas enchentes no Nordeste e Sul do país, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estendeu sua rede de solidariedade aos sobreviventes dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, onde mais de oito mil palestinos já morreram.

O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que decolou nesta segunda-feira, 30, para buscar brasileiros que ainda estão na região do conflito, levou duas toneladas de arroz, farinha de milho e leite produzidos pelo MST. Mas a parceria do movimento com o governo federal quer ir mais longe e enviar 100 toneladas de comida porque a situação na região é calamitosa. Antes entravam em Gaza uma média 500 caminhões por dia e agora apenas 12, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

“Presidente Lula envia hoje (segunda-feira, 30), um novo avião da presidência para continuar o trabalho de repatriação dos brasileiros que estão na zona de guerra e mais uma vez aproveita a viagem de ida para enviar ajuda humanitária. Obrigado, MST, pelo gesto de solidariedade”, postou na rede X o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta.

A atuação do Ministério das Relações Exteriores, “que trabalhou muito para garantir esse primeiro envio”, foi reconhecida por Cassia Bechara, integrante da direção nacional do MST. Ela confirmou a meta de envio dos 100 mil quilos doados pelas famílias da reforma agrária ao povo de Gaza, conforme entrevista ao site Brasil de Fato.

A ação solidária do MST em parceria com o governo Lula para amparar vítimas dos ataques na faixa de Gaza agrega alimentos produzidos por famílias assentadas de Santa Catarina (caixas de leite Terra Viva da Cooperoeste); do Rio Grande do Sul (arroz da Cooperativa Terra Livre e da Cooperavi); e do Ceará (farinha de milho Terra Conquistada).

 

“MST é uma das melhores coisas que o Brasil tem”, diz Gleisi

A presidenta do partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) parabenizou o MST em postagem nas redes socias e mandou um recado aos que criticam a ação solidária do movimento.

“Parte da mídia fala em propaganda. Olha, é rotineiro o MST fazer o que sabe de melhor, ajudar as pessoas com comida. Fez isso na pandemia, nas enchentes e agora com os palestinos. O resto é crítica ácida gratuita. Nunca canso de dizer que o MST é uma das melhores coisas que o Brasil tem. Um orgulho só, viva o povo camponês!”, escreveu Gleisi.

O reconhecimento da histórica ação de solidariedade do MST também teve reconhecimento do deputado federal Rogério Correia (PT-MG). “Viva o MST! Viva a luta dos trabalhadores sem terra!”, postou.

O MST foi premiado dia 26 de outubro pela Organização das Nações Unidas (ONU) pela campanha Mãos Solidárias que entregou de mais de 1,6 milhões de marmitas durante a pandemia em Pernambuco. Em 2023 o Mãos Solidárias se tornou política pública com a criação do Plano Nacional Cozinhas Solidárias integrado ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Do Nordeste ao Sul, vítimas de enchentes foram amparadas pelo MST

Em julho, acampados e assentados do MST doaram mais de três toneladas de alimentos para famílias atingidas pelas chuvas em Atalaia (AL), que registrou 150mm de chuva em apenas 12 horas e 400 famílias desalojadas.

Em setembro, o MST instalou a sede da Cozinha Solidária em Encantado (RS), uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no sul do país. Fora distribuídas 1500 marmitas por dia e um total de mais de 10 mil refeições feitas com produtos orgânicos de cooperativas dos assentamentos do MST da região do Vale do Taquari no Rio Grande do Sul.

As doações do MST desde o início da pandemia, em 2020, somam mais de oito mil toneladas de alimentos e 2,5 milhões de marmitas solidárias. Com mais de 450 mil famílias assentadas e 100 mil famílias acampadas, o MST produz alimentos como arroz, leite, carne, café, cacau, sementes, mandioca, cana-de-açúcar e grãos, que são beneficiados e preparados antes de serem entregues para doações, segundo dados do movimento.

 

Operação “Voltando em paz” garante repatriação segura e rápida

Logo que os conflitos se acirraram na Palestina no começo de outubro, o governo federal lançou a operação “Voltando em Paz”, a maior e mais bem-sucedida operação de repatriação de brasileiros da história, com viagens gratuitas em aviões da FAB. O Brasil também foi o primeiro país do mundo a viabilizar a repatriação, que já beneficiou 1.410 brasileiros e 53 animais em oito voos. O oitavo e último chegou ao Brasil dia 23 de outubro.

Lula conversou por telefone com presidentes de Israel, Egito e com o presidente da Autoridade Palestina. Condenou os ataques a civis no conflito, propôs a criação de um corredor humanitário para a retirada de crianças e pediu ao presidente israelense que não falte água, luz e remédio em hospitais.

Da Redação do PT

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