“Esta é a Marcha da retomada das políticas públicas”, afirma Mazé Morais

Sob o lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”, a sétima edição da Marcha das Margaridas chega a Brasília a partir de 14 de agosto. São esperadas mais de 100 mil mulheres vindas de todos os estados do Brasil e de vários países, que, no dia 16, vão marchar até o Congresso Nacional pela defesa da agricultura familiar e pelas mulheres do campo, das florestas e das águas.

“A Marcha tem uma importância fundamental para as agricultoras familiares e trabalhadoras rurais, do campo, da floresta e das águas porque  ela pauta os nossos quereres, anseios e desejos. Pauta as políticas públicas que realmente impactam de forma positiva na vida das mulheres, do campo, da floresta e das águas”, revela a secretária de mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e coordenadora-geral da Marcha, Mazé Morais.

A Marcha é um ato de reafirmação e reconhecimento dessas brasileiras enquanto agricultoras familiares, feministas, sujeitas de direitos e de deveres. “Esta é a Marcha da retomada das políticas públicas, das conquistas de espaços importantes institucionais que, ao longo do caminhar, a gente perdeu ou foram excluídos, extintos, sucateados. Então, para nós, a Marcha tem toda essa importância, porque ela pauta as questões que impactam de forma direta na vida das mulheres agricultoras familiares do campo, da floresta e das águas”, afirma Morais.

Programação 

Além da Contag, organizadora do ato, a Marcha conta com uma comissão ampliada formada por 27 federações e 16 organizações parceiras. As mulheres começam a chegar no Pavilhão do Parque da Cidade a partir do dia 14. No dia seguinte, haverá a abertura oficial, além de várias atividades de formação.

Na manhã do dia 15 haverá dois grandes painéis: um sobre políticas públicas e outro sobre a fome no Brasil. Além de uma sessão na Câmara dos Deputados, e oficinas autogestionadas, lúdicas e  temáticas de dança, batucada, confecção de materiais. Tudo ocorrerá de forma simultânea. Haverá, ainda, a Mostra das Margaridas, que contará com artesanatos e produtos da agricultura familiar.

Já no período da tarde, entre as 14 e 16 horas, serão realizados mais dois painéis que tratam sobre as questões climáticas e o lema da Marcha “Pela Reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver”.  “Teremos várias oficinas de formação sobre saúde, educação, fim da violência contra as mulheres, racismo e agroecologia.  Vamos ter também plenárias sobre juventude e a Cúpula da Amazônia”, assegura a coordenadora da Marcha.

Na sequência, às 17h, está prevista a abertura oficial da Marcha das Margaridas, que contará com a presença de lideranças dos movimentos sindical e social, mas também do governo com ministros e ministros.

Margaridas nas ruas

No dia 16, a previsão é que as margaridas saiam do Parque a Cidade para iniciar a marcha a partir das 7h rumo ao Congresso Nacional, onde vai ocorrer o ato de encerramento, que deverá contar com a presença do presidente Lula. Segundo Mazé, neste momento, é que serão feitos os anúncios referentes às reivindicações feitas pelo movimento em junho: “Estamos com a expectativa muito grande de que sejam feitos anúncios importantes que realmente impactarão de forma direta e positiva na vida da trabalhadora rural, da agricultura familiar, do campo, da floresta e das águas”.

Morais destaca que a riqueza da construção coletiva da Marcha com diversos movimentos sociais, sindicais, centrais, sindicais e organizações internacionais assegurou a pluralidade sob os 13 grandes eixos políticos (ver lista abaixo): “São eixos importantes que estamos trazendo e que têm haver com o conjunto de mulheres do Brasil. Fizemos uma pauta que mostra o modelo de sociedade que queremos com foco no curto, médio e longo prazo.”

Democracia participativa e soberania popular;

Poder e participação política das mulheres;

Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios (territórios costeiros, influenciados pela maré);

Direito de acesso e uso social da biodiversidade e defesa dos bens comuns;

Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

Saúde, previdência e assistência social pública, universal e solidária;

Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; e

Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

SERVIÇO: 

Sétima edição da Marcha das Margaridas

14, 15 e 16 de agosto de 2023

Dia 14: Chegada das comitivas dos estados

Dia 15: Atividades e abertura oficial Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, Brasília/DF

Dia 16: Marcha e encerramento (Saída do Pavilhão do Parque da Cidade em direção à Esplanada dos Ministérios)

Da Redação do Elas por Elas 

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