Efeito Lula: confiança do setor da construção atinge 54,5 pontos em outubro, 2ª maior do ano

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou um panorama otimista para a indústria da construção em setembro de 2024, destacando um aumento significativo no Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), que avançou de 53,3 pontos em setembro para 54,5 pontos em outubro, segundo maior valor do ano, abaixo apenas do pico de janeiro (55,5 pontos).

O dado, divulgado nesta segunda-feira (28), reflete uma elevação no sentimento positivo dos gestores e sugere uma expectativa de crescimento contínuo no setor nos próximos meses. Por outro lado, os juros altos praticados pelo Banco Central preocupam  25,4% dos industriais consultados.

O aumento na confiança é mais significativo em pequenas e grandes empresas. O setor de construção de edifícios e os serviços especializados foram os principais responsáveis pelo crescimento, com o segmento de obras de infraestrutura trazendo um desempenho mais tímido. Isso significa que a indústria segue positiva, embora de forma variável entre os setores.

Ótimos índices

O levantamento da CNI revela grande otimismo para os próximos meses, com o índice de expectativa alcançando 56,7 pontos em outubro. O índice de intenção de investimento da indústria da construção também registrou um bom crescimento, atingindo 46,4 pontos, um aumento de 2,5 em relação a setembro, 8,7 acima de sua média histórica. Os resultados mostram que os empresários estão cada vez mais confiantes e com disposição para investir e fortalecer suas atividades.

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Vale também ressaltar que todos os indicadores por porte e setores ficaram ao menos em 50 pontos no mês. O índice de condições atuais avançou exatamente para esse valor, um aumento de 1,2 ponto na comparação com setembro. Já o índice de expectativa para novos empreendimentos subiu para 56,7 pontos, reforçando as perspectivas de crescimento sustentado.

Juros altos preocupam

Embora o ambiente seja positivo, algumas áreas ainda enfrentam desafios. A atividade e o emprego recuaram ligeiramente em setembro, cenário acompanhado pela diminuição na utilização da capacidade operacional, indicando que as empresas operaram abaixo do seu potencial. Também é importante citar o aumento da insatisfação com a situação financeira e com a falta ou o alto custo de trabalhadores qualificados, um dos principais problemas do setor.

Muitas dessas dificuldades estão diretamente ligadas aos altos juros praticados pelo Banco Central, que encarecem o crédito e dificultam o financiamento de projetos, impactando o nível de atividade e a geração de novos e melhores empregos. Atualmente, a taxa básica de juros (Selic) está em 10,75% ao ano, o que preocupa 25,4% dos industriais consultados. A expectativa é de que Gabriel Galípolo, que assume a presidência da instituição em 2025, conduza uma política monetária que beneficie o desenvolvimento do país, e não os lucros de especuladores e rentistas.

Resiliência e oportunidades

Desafios à parte, os resultados positivos mostram a resiliência da indústria da construção e reforçam seu papel na retomada econômica. A expectativa é de que o cenário futuro traga novas oportunidades, ajudando o setor a consolidar avanços, gerar empregos e continuar sendo fundamental para o desenvolvimento do país.

 

Fonte: Redação PT

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