As ações sociais e econômicas do governo Lula colocaram o Brasil de novo na rota do desenvolvimento, e o país voltou a crescer acima das expectativas, como já havia antecipado o presidente. É o que confirmam estudos dos dois principais organismos de governança global, divulgados nesta semana. De um lado, o Banco Mundial (Bird) mais que dobrou a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2023, de 1,2%, em junho, para 2,6%, em outubro. Já a Organização das Nações Unidas (ONU) estima um aumento de 3,3% neste ano, acima da taxa global, de 2,4%.
O fortalecimento do PIB brasileiro deve ser maior que a média da América Latina e Caribe, onde a previsão é de 2%, conforme o relatório “Conectados: tecnologias digitais para a inclusão e o crescimento”, apresentado, na quarta-feira (4), pelo economista-chefe do Bird, William Maloney.
Segundo ele, um dos fatores que contribuíram para o aquecimento da economia brasileira foi a criação, pelo governo federal, do Programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas de pessoas físicas.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nos dez primeiros meses de execução do programa, cerca de 6 milhões de brasileiros que tinham dívidas de até R$ 100 conseguiram limpar o nome e se reabilitaram para contrair novos empréstimos e realizar operações, como fechar contratos de aluguel. O Desenrola já está na segunda fase, que deve beneficiar mais 32 milhões de pessoas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O economista do Banco Mundial destacou também o fato de o Brasil ter iniciado um processo de redução das taxas de juros, uma medida que, segundo ele, contribuiu para melhorar o ritmo de crescimento do PIB. Na América Latina, além do Brasil, apenas o Chile tem adotado essa medida.
Já para 2024, William Maloney projetou que o Brasil crescerá 1,3%, frente a 1,4% da projeção publicada em junho, e a estimativa para 2025 é de 2,2%, ante 2,4% da expectativa anterior.
ONU
Outra boa notícia para a economia brasileira vem do relatório da Conferência da ONU para Comércio e Desenvolvimento (Unctad), divulgado nesta quinta-feira (5). O documento aponta que a taxa de crescimento do PIB brasileiro deve ficar em 3,3% neste ano, acima dos 2,9% de 2022. Já o aumento da economia global é estimado em 2,4%, uma desaceleração em relação aos 3% de 2022.
O relatório registra também que, entre 2015 e 2022, o crescimento da economia brasileira não acompanhou a expansão global. Em 2023, no entanto, o cenário é o inverso.
Além disso, o documento atesta que, entre os países do G20, grupo que reúne 19 das maiores economias do mundo mais a União Europeia, apenas Brasil, China, Japão, México e Rússia devem apresentar crescimento econômico na comparação com o ano passado.
No relatório, a ONU destaca o agronegócio brasileiro como um dos motores do avanço do PIB. “O crescimento das exportações de commodities e as colheitas abundantes impulsionam o aumento do crescimento”, diz.
Os dados da ONU confirmam a importância das ações do governo Lula para fortalecer a produção no campo. Em junho, por exemplo, o presidente lançou o Plano Safra 2023/2024, o maior da história do país, com recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões para apoiar médios e grandes produtores rurais. Os valores representam um aumento de 27% em relação ao financiamento do ano passado.
Por outro lado, ao citar “forças recessivas” que impedem um crescimento econômico ainda maior, o relatório das Nações Unidas destaca entre elas os juros altos. Atualmente, o Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, define a taxa básica de juros (Selic) no patamar extorsivo de 12,75% ao ano. Para 2024, a ONU prevê que o PIB brasileiro tenha um crescimento menor que em 2023, de 2,4%.
Economia global
A ONU, conforme o relatório, considera que a economia mundial está fazendo um voo a uma “velocidade de estol”, ou seja, de um avião que está prestes a cair. O documento indica um quadro de estagnação, com diversos casos de recessão, e afirma que a “economia global está em uma encruzilhada, na qual caminhos de crescimento divergentes, desigualdades cada vez maiores, concentração crescente do mercado e cargas crescentes de dívidas lançam sombras sobre seu futuro”.
Para a ONU, é preciso que os agentes políticos e econômicos promovam “reformas institucionais da arquitetura financeira global, políticas mais pragmáticas para combater a inflação, a desigualdade e a dívida soberana, bem como uma supervisão mais forte dos principais mercados”.
Essas mesmas observações têm sido feitas com frequência pelo presidente Lula, que iniciou uma mobilização mundial contra a pobreza, a fome e todas as formas de desigualdade. Foi esse, inclusive, o foco do seu discurso na abertura da Assembleia-Geral da ONU, no mês passado, quando também defendeu reformas nos organismos de governança global.
Da Redação do PT