O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou uma queda de -0,02%. Esta é a primeira deflação desde junho de 2023, quando o índice foi de -0,08%. A inflação acumulada em 12 meses agora é de 4,24%, dentro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Dois grupos tiveram destaque na diminuição do índice: alimentação e bebidas (-0,44%) e habitação (-0,51%). No caso da alimentação, houve recuo nos preços de itens como batata inglesa (-19,04%), tomate (-16,89%) e cebola (-16,85%), impulsionados por uma maior oferta no mercado, devido a condições climáticas favoráveis.
Já em habitação, a redução de 2,77% na energia elétrica residencial, influenciada pela mudança para a bandeira tarifária verde, foi determinante para o resultado. Mesmo com os combustíveis registrando leve aumento, a estabilidade no grupo de transportes (0,00%) e a queda nas passagens aéreas (-4,93%) ajudaram a manter o índice baixo.
Inflação diminui. E os juros?
Os números do IPCA de agosto mostram que a inflação segue em desaceleração, o que enfraquece o discurso do Banco Central, presidido pelo bolsonarista Campos Neto, em favor de aumento na taxa de juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá semana que vem e a expectativa do mercado é por nova alta na Selic.
A discussão sobre a taxa de juros elevada vem sendo questionada por diversos setores, especialmente o industrial, e a nova divulgação do IBGE pode se tornar um argumento importante para o reposicionamento da política monetária. Gleisi Hoffmann, deputada estadual (PR) e presidenta do PT, criticou mais uma vez o posicionamento do BC. Em post publicado nesta 3a feira (10), na rede social Bluesky, ela faz uma pergunta pertinente: “Qual a razão dessa ganância, se os fundamentos da economia são firmes e só melhoram? (…) Deixem o Brasil trabalhar, consumir e produzir!”.
Como lembra Gleisi, a estratégia de controle inflacionário adotada pelo governo federal está surtindo efeito. Dessa forma, o ambiente de preços estável deveria abrir espaço para uma política monetária menos agressiva, que favoreça a economia e o desenvolvimento do país.
É possível aliar a aceleração no crescimento do país e o combate à inflação, como mostram os indicadores do governo Lula. Os números do IBGE revelam que há espaço para ajustes nas políticas econômicas, sem necessidade de decisões do Banco Central que, no fim das contas, beneficiam principalmente rentistas e especuladores.
Por: Partido dos Trabalhadores
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