O mundo precisa de uma nova arquitetura financeira para permitir a participação dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. O tema foi discutido pelo presidente da China, Xi Jinping, e a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento, Dilma Rousseff, na noite de quinta-feira, 19, em Pequim. Dilma foi recebida no Palácio do Povo, na capital chinesa, depois de participar das comemorações dos 10 anos da Nova Roda da Seda.
Xi Jinping convidou a ex-presidenta do Brasil a participar do 3º Fórum Cinturão e Rota para Cooperação Internacional, que reuniu entre os dias 18 e 19 de outubro mais de 30 chefes de Estado e de governo, além do secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterrez, para celebrar as realizações promovidas pelo governo chinês na última década com a chamada Iniciativa Cinturão e Rota. Representantes de mais de 140 países e mais de 30 organizações internacionais estiveram presentes.
O líder da China pediu ao chamado Banco dos BRICS — mecanismo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e presidido desde fevereiro por Dilma — que ajude a tornar o sistema financeiro internacional mais justo e equitativo para aumentar efetivamente a representação e a voz dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento. “A China continuará a apoiar o trabalho do NDB e da senhora Rousseff no desempenho de suas funções na China”, disse.
“O NDB está disposto a participar ativamente da cooperação Belt and Road e fazer as devidas contribuições para promover a multipolaridade mundial e a reforma do sistema financeiro internacional”, comentou Dilma. Ela participou na quarta-feira, 19, do fórum para cooperação internacional sobre Desenvolvimento Verde, ocorrido na capital chinesa.
“Na construção de um mundo multipolar, inclusivo, resiliente e sustentável, a Iniciativa Cinturão e Rota desempenha um papel estratégico e relevante”, destacou a presidenta do NDB. “Sem dúvida, representa um dos instrumentos mais decisivos e eficazes para construir uma comunidade global de futuro compartilhado, como proposto pelo presidente Xi Jinping.
Sobre a atuação do NDB, ela lembrou que a instituição financeira multilateral criada em 2014 e comandada por ela desde fevereiro de 2023, está expandindo seus sócios. Além dos cinco países dos BRICS, também já integram o banco Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito. Na última semana, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, entraram com pedidos de adesão. Ela também se encontrou em Pequim com o primeiro-ministro do Egito, Mostafa Madbouly, para tratar de projetos de financiamento no país.
No 3º Fórum da Iniciativa Cinturão e Roda, Dilma disse que o banco tem buscado ampliar os investimentos nos países emergentes e que está disposto a buscar mais parceiros. “O desafio para nós é garantir o volume necessário de recursos, e para isso o Banco dos BRICS atua em duas frentes: levantando fundos em diferentes moedas e também em moedas locais, operações e, na outra frente, expandindo sua base de capital, incorporando mais mercados emergentes e países em desenvolvimento como novos acionistas”, disse Dilma, acrescentando: “Sem impor condicionalidades, é claro”.
Xi saudou a participação do NDB na Iniciativa Cinturão e Rota e na Iniciativa de Desenvolvimento Global, bem como seu papel na promoção da Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável e na ajuda na modernização de mais países em desenvolvimento. Dilma agradeceu ao governo chinês pelo apoio ao NDB e expressou a crença de que o a Nova Rota da Seda e o fórum desempenhem um papel importante no desenvolvimento sustentável global e verde.
Da Redação do PT