CPMI do Golpe já pode ser instalada, e Bolsonaro se acovarda na PF

As duas cenas aconteceram quase ao mesmo tempo nesta quarta-feira (26). No Congresso Nacional, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, leu o requerimento de abertura da CPMI do Golpe. Com isso, a comissão de deputados e senadores que vai investigar os atos terroristas de 8 de janeiro já pode ser instalada.

Horas antes, a 3km dali, Jair Bolsonaro se prestou a um papel ridículo na sede da Polícia Federal. Investigado como um dos incentivadores do ataque aos Três Poderes, o Capitão do Golpe mostrou mais uma vez que não passa de um covarde.

Questionado sobre por que, dois dias após o ataque, postou na internet um vídeo com mais mentiras sobre as eleições e o apagou horas depois, Bolsonaro deu uma resposta patética, certamente ensaiada com seus advogados. Disse que publicou a fake news golpista sem querer, porque tinha tomado remédios.

Sim, vamos fazer uma pausa para que o leitor possa rir.

“Foi sem querer, querendo…”, ironizou no Twitter o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PR). “Bolsonaro afirma que compartilhou vídeo questionando as eleições sem querer. O povo não é bobo e conhece muito bem a intenção, o discurso e o modo de agir do ex-presidente não reeleito.” 

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), também apontou a ridícula desculpa. “Bolsonaro passou quatro anos atacando as instituições e as urnas eletrônicas, não reconheceu a derrota nas eleições, alimentou os golpistas, compartilhou vídeo dizendo que Lula não venceu, incentivou os acampamentos que pediam golpe, e parlamentares aliados estimularam as invasões. Tem orelha, focinho e rabinho de golpista e vai dizer na Polícia Federal que não é golpista?!”

Sobram motivos para eles terem medo

Bolsonaro tem mesmo muitos motivos para ter medo. Está evidente que ele foi o grande incentivador da tentativa de golpe (leia: 10 fatos que comprovam a culpa de Bolsonaro no golpe do dia 8). 

E o fato de, dois dias após o ataque, ele ter postado mais um vídeo com mentiras para continuar estimulando os golpistas fez com que a Procuradoria Geral da República (PGR) pedisse sua investigação. Foi esse pedido que levou ao interrogatório desta quarta.

Sem saber mais o que fazer, os parlamentares bolsonaristas, muitos deles também envolvidos nos ataques, se esforçaram para que a CPMI ocorresse. Afinal, só restava a eles criar um palco para que possam inventar mais mentiras e tentar confundir a população.

Sem dúvida, vão transformar a comissão de inquérito num show de horrores, tentando atribuir ao governo Lula a culpa pelo crime que eles cometeram. É mesmo muito desespero. Porém, não haverá escapatória.

100 já viraram réus

Como mostrou o programa Fantástico no domingo passado, foi Edurado Natale, militar ligado a Bolsonaro, que recebeu amistosamente os golpistas no dia 8 no Palácio do Planalto, chegando a oferecer água aos terroristas. 

Além disso, na terça-feira (25), o Supremo Tribunal Federal (STF) transformou em réus 100 dos bolsonaristas presos no dia do ataque. Eles vão responder por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

E esse é apenas o começo, pois a PGR já denunciou 1.390 pessoas, sendo 239 no núcleo dos executores, uma pessoa no núcleo de agentes públicos omissos e 1.150 no núcleo dos incitadores, do qual Bolsonaro faz parte.

Guimarães: “Vamos fazer um trabalho sério” 

O governo e o PT, a princípio, não queriam a CPMI. Afinal, há um país a ser governado e reconstruído, as investigações estando ocorrendo como devem e o objetivo dos bolsonaristas de criar confusão está mais que evidente.

Agora, no entanto, após a tentativa fajuta, tosca e patética de culpar o governo Lula pela tentativa de golpe faz com que deputados e senadores petistas se empenhem para demonstrar de vez a culpa de Bolsonaro e seus cúmplices.

“Temos absoluta governabilidade para fazer um trabalho sério e mostrar o que tem que ser feito no país”, disse, em entrevista ao Jornal Nacional, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Da Redação do PT

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