Corte de orçamento do Ministério da Saúde e desmonte do Programa Nacional de Imunização sinalizam para volta de doenças até então extintas, como sarampo e poliomielite
O notório negacionismo do governo Bolsonaro, mesmo em seus últimos dias, exige atenção especial do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva para reconstruir o Programa Nacional de Imunização (PNI) nos primeiros dias de2023. Afinal, para o próximo ano o Ministério da Saúde não previu produção nem a compra de vacinas, mantendo os patamares de imunização nos mesmo de 2022.
Desde o golpe de 2016, quando Dilma Rousseff foi destituída do cargo de presidenta da República, que o Brasil enfrenta queda na cobertura vacinal, situação culminada com a omissão criminosa, como apontou a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, para a compra de vacinas contra coronavírus, o que teria salvado centenas de milhares de vidas.
Para se ter ideia, o desmonte incluiu, por exemplo, o corte de R$ 3,3 bilhões do orçamento da Saúde para 2023. Como vacinação nunca foi prioridade de Bolsonaro, o Brasil sofre com a volta de doenças até então erradicadas como sarampo e poliomielite, no caso infantil, e uma nova onda de Covid-19, quando a compra de imunizante já deveria está acertada. O Instituto Butantã informou não haver nenhum contrato assinado pela gestão do ministro Marcelo Queiroga para a compra de imunizantes para Programa Nacional de Imunização em 2023.
Em 2015, a média de cobertura vacinal no Brasil ficou em 97% para tuberculose, poliomielite, rotavírus, pentavalente, pneumonia, meningite, tríplice viral D1 e hepatite A e B. Em 2021, sob o comando da gestão Bolsonaro, o índice caiu para 68%.
A produção da vacina CoronaVac, pelo Butantã, por exemplo, foi paralisada há quatro meses, quando ocorreu a última compra pelo governo federal.