O ex-presidente Lula é retratado como o mais importante líder do Brasil na prestigiada revista americana Time, em edição desta quarta-fera (4). Destaque na capa da publicação – “O presidente mais popular do Brasil retorna do exílio com a promessa de salvar a Nação”, aponta a revista -, Lula falou à Time sobre democracia e o desafio de reconstruir o país após o tsunami bolsonarista que devastou o Brasil.
“Lula, que lançará oficialmente sua pré-candidatura no dia 7 de maio, promete levar o Brasil de volta aos bons tempos da sua Presidência (2003-2010), que ele encerrou com taxa de aprovação de 83%”, diz o texto de abertura da Time assinado pela correspondente da revista em Londres, Ciara Nugent. “Isso implicaria reavivar uma economia debilitada, salvar uma democracia ameaçada e recuperar uma nação marcada pela segunda maior taxa mundial de mortalidade ligada à Covid-19 e por dois anos de gestão caótica da pandemia”, observa Nugent.
A revista destaca ainda que o petista é líder nas pesquisas de intenção de voto nas eleições presidenciais de outubro.
À Time, Lula explicou as razões de sua pré-candidatura à Presidência, e falou da necessidade de reerguer o Brasil do abismo econômico em que se encontra depois de sua saída do Planalto e do golpe que apeou Dilma do poder, em 2016. “O que eu estou vendo, doze anos depois, é que tudo aquilo que foi política para beneficiar o povo pobre— todas as políticas de inclusão social, o que nós fizemos para melhorar a qualidade das universidades, das escolas técnicas, melhorar a qualidade do salário, melhorar a qualidade do emprego—, tudo isso foi destruído, desmontado”, ressaltou o ex-presidente.
Lula lembrou que, no seu tempo como chefe do Executivo, havia emprego, com aumento real de salário acima da inflação. Portanto, comentou, os brasileiros sentem falta dessas conquistas. “Eu tenho a certeza de que esses problemas [econômicos] só serão resolvidos quando os pobres estiverem participando da economia, quando os pobres estiverem participando do orçamento, quando os pobres estiverem trabalhando, quando os pobres estiverem comendo. Isso só é possível se você tiver um governo que tenha compromisso com as pessoas mais pobres”, declarou o petista.
O ex-presidente observou ainda que nos seus governos não só houve crescimento, com a maior inclusão social da história, como houve responsabilidade fiscal e a promoção de um ambiente de segurança macroeconômica. “O Brasil devia 30 bilhões, o Brasil passou a ser credor do FMI, porque emprestamos 15 bilhões”, argumentou. “O Brasil não tinha um dólar de reserva internacional, o Brasil tem hoje 370 bilhões de dólares de reserva internacional. […] Então as pessoas precisam ter em conta o seguinte: ao invés de perguntar o que é que eu vou fazer, olhe o que eu fiz”, insistiu Lula. Ele defendeu uma campanha propositiva, que olhe para o futuro e para a prioridade em devolver a dignidade roubada do povo brasileiro. “Eu vou construir um novo Brasil”.
A farsa da Lava Jato
Lula também discorreu sobre a anulação de todos os processos contra ele no âmbito da farsa montada pela operação Lava jato, cujo único interesse político era tirá-lo da disputa presidencial de 2018, como já ficou provado. “Eu tinha consciência do que estava acontecendo no Brasil: o impeachment da Dilma não poderia terminar na Dilma, porque não tinha nenhum sentido fazer o impeachment da Dilma e dois anos depois o Lula voltar a ser presidente da República”, enfatizou Lula.
“Então era preciso afastar o Lula. E como eles não tinham como afastar, eles resolveram construir um rosário de mentiras contra mim para poder me colocar na cadeia. Hoje eu estou aqui, livre, todos os meus processos foram anulados”, explicou.
Da Redação PT