Esperança versus miséria: por que é tão difícil entender?

Por Julimar Roberto *

 

Nos últimos dois anos, o Brasil viveu uma reviravolta no combate à extrema pobreza, destacando-se globalmente ao retirar 9,6 milhões de pessoas da vulnerabilidade, enquanto o cenário mundial seguiu na contramão. Esses avanços demonstram o compromisso do presidente Lula em reconstruir um país devastado pela ineficiência e negligência dos governos neoliberais que esfacelaram a nação. A diferença de abordagem entre os dois sistemas de governo é evidente, enquanto Lula promove a inclusão e a justiça social, Bolsonaro e Temer deixaram um rastro de abandono e descaso, levando o país de volta ao Mapa da Fome.

O retorno de Lula ao poder trouxe consigo a reativação de programas que historicamente haviam promovido a redução da pobreza no Brasil, como o Bolsa Família, agora reformulado e ampliado. A inclusão de adicionais para famílias com crianças pequenas e políticas de segurança alimentar foram essenciais para devolver dignidade a milhões de brasileiros. Em menos de dois anos, o governo federal reduziu drasticamente o número de pessoas passando fome de 33 milhões, em 2022, para 8,6 milhões em 2024. Lula não precisou reinventar a roda, mas resgatou e aprimorou as iniciativas que já haviam dado resultados em seus mandatos anteriores e no início da gestão de Dilma Rousseff. Essas políticas de transferência de renda e segurança alimentar, que em 2014 haviam tirado o Brasil do Mapa da Fome, provaram mais uma vez sua eficácia. O impacto foi imediato. Além da redução da fome, cerca de 20 milhões de brasileiros saíram de situações de insegurança alimentar grave ou moderada.

Em contrapartida, o governo de Jair Bolsonaro agravou a crise social, deixando o Brasil mergulhado na fome e na miséria. Sob sua gestão, o Auxílio Brasil foi marcado por falhas operacionais e exclusão digital, prejudicando justamente aqueles que mais precisavam. Bolsonaro não apenas negligenciou o combate à fome, como também comprometeu programas essenciais que auxiliavam as populações mais pobres. Além disso, a falta de uma gestão competente durante a pandemia agravou a situação. A crise econômica foi intensificada pelo negacionismo e pela ausência de políticas públicas eficazes, empurrando milhões de brasileiros para a pobreza. O teto de gastos imposto durante o governo Temer e mantido por Bolsonaro só aprofundou os cortes em áreas essenciais, como saúde e segurança alimentar.

Então, não custa comparar. Enquanto Lula busca a inclusão social e a recuperação da dignidade da população, Bolsonaro priorizou cortes orçamentários e medidas que ignoravam a realidade dos mais vulneráveis. Lula não apenas tirou o Brasil do Mapa da Fome novamente, mas recolocou o país no caminho da esperança. Essa guinada é um facho de luz em um cenário internacional preocupante. Com mais de um bilhão de pessoas vivendo em extrema pobreza no mundo, o Brasil se destaca como uma referência de que é possível reverter a fome e a miséria com vontade política e compromisso social.

* Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT

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