Lula à Rádio Metrópole: “Agora é hora de colher!”

Em entrevista concedida nesta quinta-feira (17) ao jornalista Mário Kertész da Rádio Metrópole (BA), o presidente Lula abordou diversos temas, como os avanços de seu governo, a importância da educação, a relação com o agronegócio, o combate ao crime organizado e a regulação das apostas online. Com seu inabalável otimismo, destacou que o Brasil começará a ter resultados consistentes após intensas reformas e investimentos. E confessou: “estou vivendo a melhor época da minha vida”. 

Lula iniciou a entrevista destacando o trabalho árduo que seu governo vem realizando, após anos de destruição. “Nós pegamos uma terra ruim, fizemos o manejo, aramos, colocamos semente, adubo e agora é época de colher”, afirmou.  E reforçou a necessidade de divulgar essas conquistas para a população. “Temos que mostrar pro povo tudo o que nós já fizemos, porque se o povo não souber, fica só com a (versão de) maldade dos adversários”.

Educação: caminho para a igualdadeMinha

A educação foi um dos pilares da conversa, com Lula reforçando seu compromisso com a inclusão social. “Fiz 19 universidades e 178 extensões universitárias no Brasil inteiro”, lembrou, ressaltando a importância da interiorização das instituições de ensino. Ele reafirmou seu sonho de criar uma sociedade em que “a filha da empregada doméstica possa disputar uma vaga na universidade com a filha da patroa e ganhe quem for mais inteligente”.

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O presidente também destacou o programa de escolas de tempo integral, que já atendeu mais de um milhão de crianças, com a expectativa de atingir quase quatro milhões até o fim do mandato. Para ele, garantir que elas estejam na escola o dia inteiro é uma forma de promover segurança, oferecer atividades culturais e esportivas, e, ao mesmo tempo, tranquilizar os pais que trabalham.

“O pobre não quer ser pobre”

Lula foi enfático ao afirmar que um de seus objetivos principais é garantir que os pobres tenham condições de ascender socialmente. “É preciso parar com essa ideia cretina de uma parte da elite brasileira ou dos intelectuais achando que pobre gosta de ser pobre. Nós não queremos ser pobres, queremos ser ricos, queremos comer todo dia, queremos trabalhar, ter carro, computador, queremos ter o direito de passar com a nossa família”, declarou. 

Para ele, programas como o Minha Casa, Minha Vida e a valorização do salário mínimo são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa. “O salário mínimo já subiu duas vezes e a massa salarial cresceu 11,7%”, ressaltou, mostrando avanços já alcançados em seu 3omandato.

Lula também lembrou que, ao assumir a presidência, a maioria dos reajustes salariais era abaixo da inflação, situação que foi revertida. “Hoje, mais de 87% dos acordos são feitos com aumento real”, esclareceu.

Relação com evangélicos e agronegócio

Em relação aos evangélicos, Lula destacou a importância de um diálogo constante. Ele mencionou que uma das preocupações de seu governo é corrigir as percepções equivocadas que parte desse segmento religioso tem em relação à sua gestão, a que mais fez por essa comunidade. 

O presidente reforçou que o governo não distingue nenhum segmento da sociedade e que a prioridade é melhorar a vida de todos, independentemente da religião. E mencionou recente reunião com um deputado que afirmou não ter votado nele, “mas reconhecia que tudo o que é benefício evangélico foi feito por mim”, citando o Dia do Evangélico e o recém- criado Dia da Música Gospel, entre outros.

Ao falar sobre o agronegócio, Lula relembrou seu papel fundamental na economia brasileira, mas também apontou a necessidade de políticas equilibradas. Ele lembrou que, em seus dois primeiros anos de mandato, disponibilizou grandes recursos para o setor. “Se você pegar o dinheiro que nós colocamos para o agronegócio, vai perceber que foi do que em qualquer outro governo da história”, afirmou.

Bets e crime organizado

Outro tema abordado na entrevista foi a regulação das bets. Lula destacou que mais de 2 mil casas de apostas já foram retiradas de circulação. “Se a regulação der conta, tá resolvido o problema; se não der, eu acabo”, disse, expressando seu compromisso em proteger a população mais vulnerável, especialmente jovens, do impacto negativo das apostas descontroladas.

Sobre o crime organizado, o presidente revelou o desejo de criar um “SUS da segurança”, uma política nacional integrada que envolva os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. “Precisamos definir o papel da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária e da Guarda Nacional para trabalhar junto com as polícias estaduais”, declarou, reforçando a urgência de uma estratégia para enfrentar o crime que, segundo ele, está presente “na política, no futebol e até nos sindicatos”.

Bolsonaro e a herança do caos

Na conversa, Lula também não poupou críticas a Jair Bolsonaro, responsabilizando-o pela gestão desastrosa da pandemia da Covid-19 e pela politização do ódio. “300 mil pessoas dessas 700 mil que morreram devem ser debitadas nas costas dele”, afirmou, colocando na conta do seu antecessor as mortes evitáveis causadas por sua postura negacionista.

O presidente lamentou que o país esteja vivenciando um ambiente de divisão e raiva, que dificulta o diálogo e a construção de consensos. “Hoje virou a política do ódio, hoje é ofensa pura”, disse, comparando o clima político atual com o passado, onde era possível manter relações mais civilizadas com adversários.

Por fim, com seu inabalável bom humor e inquebrantável otimismo, Lula concluiu a conversa reafirmando seu compromisso com as transformações sociais que vem implementando, mostrando que seu governo está apenas começando a colher os frutos de um trabalho árduo em prol de um Brasil mais justo.

Por: Partido dos Trabalhadores

Foto: Ricardo Stuckert

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