No Brasil, não há espaço para tirania. Não há lugar para Bolsonaro!

“Povo armado jamais será escravizado”, essa foi uma das falas de Bolsonaro em Parnamirim (RN), onde participou da inauguração da Estação Cajupiranga. Na ocasião, o capitão reformado ainda voltou a atacar o sistema eleitoral ─ pelo qual ele e seus filhos foram eleitos por diversas vezes ─ e afirmou que “por ocasião das eleições, os votos serão contados no Brasil”.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro ataca, sem provas, o processo eleitoral brasileiro. Mas, desde que começou a derreter nas pesquisas de intenção de votos para o pleito de 2022, as ofensas, inclusive contra ministros, se intensificaram.

E elas ocorrem em diversos espaços: lives, redes sociais e eventos governamentais. Onde quer que esteja, o mandatário não mede esforços para colocar em cheque as urnas eletrônicas. Estima-se que, só em 2021, foram aproximadamente 23 investidas contra o sistema que deu a ele e sua família mais de 30 anos de mamata no serviço público.

Mas essa fala específica que ocorreu em RN nos traz algo preocupante. Estaria Bolsonaro incitando seus apoiadores a iniciarem uma luta armada, caso não seja reeleito? Por que, ao que tudo indica, não será. As pesquisas têm deixado claro que o povo anseia por mudanças e que o capitão reformado não será o escolhido para o novo Brasil em 2023.

No caminho inverso à democracia, Bolsonaro e sua corja até tentaram forçar o discurso do voto impresso, mas não deu muito certo. Com a fome, o desemprego e as crises sanitária, econômica e política, a forma como votaria era a menor das preocupações do povo brasileiro.

Como se não bastasse, apesar de ter sido eleito pelo povo em um regime democrático, nessa semana em que o golpe militar completou 58 anos, Bolsonaro não economizou elogios à ditadura. Durante a posse de seus novos ministros, na quinta (31), ele negou que o então presidente João Goulart tenha perdido o mandato com a instauração do regime de exceção. “31 de março. O que aconteceu nesse dia? Nada. Nenhum presidente da República perdeu o mandato nesse dia”, afirmou.

Ele também comparou seu governo com os anos de chumbo, dizendo que há semelhanças entre sua gestão e as dos governos militares na formação dos ministérios. Nisso a gente acaba tendo que concordar, pois é verdade que os milicos estão ocupando cargos estratégicos em praticamente todas as pastas.

Mas, mesmo assim, resistiremos! Como resistimos durante a ditadura! Somos soberanos! Bolsonaro se esquece de que o povo brasileiro é um povo de garra e tem uma força incomensurável. Resistimos ao vírus que dizimou centenas de milhares de vidas, à falta de comida na mesa, e também ao bolsonarismo, que retrocedeu o país em décadas. Não restam dúvidas de que, se preciso for, lutaremos contra a tentativa descabida de impor um regime autoritário no Brasil. O ano de 2023 está chegando e nele não há espaço para tirania. Não há lugar para Bolsonaro!

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