Em março de 2019, o recém-empossado presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante jantar com lideranças da extrema direita em Washington, nos Estados Unidos: “O Brasil não é um terreno aberto onde nós pretendemos construir coisas para o nosso povo. Nós temos é que desconstruir muita coisa. Desfazer muita coisa. Para depois nós começarmos a fazer. Que eu sirva para que, pelo menos, eu possa ser um ponto de inflexão, já estou muito feliz”. E a promessa, pelo menos esta, se efetivou ao longo dos quatro de seu desgoverno. A questão socioambiental, por exemplo, na Amazônia e nos demais biomas brasileiros, sofre os reflexos disso até os dias de hoje.
Houve, é claro, resistência à destruição, como revela a tese de doutorado de Mariana Costa Silveira, pesquisadora de administração pública na Universidade de Lausanne, na Suiça. Divulgado pela FGV, segundo a Folha de SP, ela aplicou um questionário para 339 funcionários e entrevistou 82 pessoas para compreender as ações dos servidores que fizeram trabalho paralelo às decisões e determinações do governo, na época.
Com o compromisso de assegurar o cumprimento da missão institucional dos órgãos a que eram vinculados, como ICMBio, Ibama e Funai, entre outros, servidores destas instituições desenvolveram trabalhos paralelos de fiscalização e combate à degradação ambiental naquele período (2019/2022). Agiram de maneira “clandestina” para dar continuidade ao trabalho socioambiental dessas instituições.
Apesar dos esforços e muitas perseguições sofridas que resultaram, inclusive, nos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phiillips, o estrago ambiental foi feito. Na época, “servidores fizeram o possível para grupos externos pressionarem o governo”, relatou Mariana. Era comum, segundo estudos da pesquisadora, o compartilhamento de dados e informações para subsidiar denúncias ao Ministério Público.
Leia mais: Lula monta “estrutura de guerra” contra ação de incendiários bolsonaristas
Mas na missão da gestão bolsonarista de “desfazer muita coisa” estava a destruição do Plano de Prevenção e Controle dos Desmatamentos na Amazônia (PPCDAM), iniciado no mandato do primeiro governo LULA (2003/2006), que foi responsável pela maior redução de emissões de gases do efeito estufa já realizado por um país e que demonstrou ao mundo que é possível controlar o desmatamento.
A “conta” climática chegou
A seca, os incêndios e a pior escassez de água desde a década de 1950, com baixas significativas de rios como o Madeira, se não tem origem na desastrosa gestão bolsonarista (2019/2022), com certeza, tem sua forte contribuição. Foi época do “passar a boiada”, como preconizava o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, para que leis ambientais fossem ignoradas.
Infelizmente, nos dias de hoje, a Amazônia bate recordes de queimadas e esta situação está ligada a uma combinação de fatores naturais e humanos, com destaque para a herança da era do bolsonarismo, com consequências devastadoras para o meio ambiente, para a sociedade e, em especial, para as comunidades locais.
O governo anterior se preocupou em “desconstruir”, mas o atual, o presidente LULA, na lógica da “união e reconstrução”, assegurou que vai garantir todas as condições para que o povo amazonense possa viver de forma tranquila, sem sofrer os efeitos das tragédias das mudanças do clima e defendeu a punição a quem faz as queimadas.
Foram iniciadas ações para mitigação dos impactos da seca, bem como medidas de combate às queimadas na Amazônia. Em visita às comunidades afetadas pela seca, o presidente LULA informou sobre iniciativas do Governo Federal no enfrentamento à estiagem que atinge de maneira crítica a região Norte do país.
Por: Partido dos Trabalhadores
Foto: Imagem de IA