“Quem precisa do governo é o povo mais humilde, lembrado só nas campanhas eleitorais”

O presidente Lula participou, nesta terça-feira (6), em Magé (RJ), da cerimônia de entrega simultânea de 1.328 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) distribuídas em diferentes estados. Lula reafirmou o compromisso com a inclusão social e disse que “quem precisa do governo é o povo mais humilde desse país”

“Eu não quero governar, eu quero cuidar das pessoas que precisam ser cuidadas. Uma pessoa que tem um bom emprego, que ganha um bom salário, não precisa do governo. Quem precisa do governo é o povo mais humilde desse país, é o povo que, ao longo da história, foi esquecido. É o povo que só é lembrado pelos políticos na época da eleição”, disse, ao lado da esposa, Janja Lula da Silva, de ministros e autoridades locais.

“Na época da eleição, o pobre é a coisa mais importante da face da terra. Na época da eleição, qualquer candidato xinga banqueiros, qualquer candidato xinga empresário e fala bem do povo. Mas, na hora de governar, governa para os empresários, governa para os banqueiros, e o pobre fica esquecido. É isso que acontece nesse país durante 500 anos”, acrescentou.

O Rio de Janeiro é mais uma parada do giro pelo país que o presidente prometeu que faria a partir de 2024, após dedicar o ano passado à reconstrução das políticas públicas e dos investimentos que haviam sido abandonados pelos últimos governos. Na sexta-feira (2), ele esteve em São Paulo para o anúncio de uma série de investimentos.

Como Lula tem reafirmado, o objetivo desse giro nacional é participar pessoalmente das entregas do governo, conversar olho no olho com a população e reconstruir uma relação republicana com governadores, prefeitos e outras autoridades locais, independentemente do partido ao qual pertençam.

Sonhos realizados

Em Magé, onde estava o presidente, foram entregues 832 unidades habitacionais dos conjuntos residenciais Lírio do Vale e Lotus, construídos com recursos federais.

O investimento total nos empreendimentos foi de R$ 52,4 milhões, por meio do Fundo de Arrendamento Residencial do Ministério das Cidades – cada unidade custou R$ 63 mil. São 496 moradias no Residencial Lotus e 336 no Residencial Lírio do Vale, distribuídas em blocos de quatro andares e quatro apartamentos por pavimento que beneficiarão 3.328 pessoas.

Os residenciais estão localizados próximo a 15 escolas e 20 postos de saúde, em uma distância de até 2,5 km. Os apartamentos possuem 44,87 metros quadrados e apresentam infraestrutura interna e externa de água, esgoto, iluminação pública, energia elétrica, pavimentação e drenagem toda concluída. A construção e a entrega dos imóveis estavam atrasadas desde 2017, após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Apenas em maio de 2023, o processo começou a ser desenrolado.

Entre as 832 famílias que vão morar no local, 587 participam do Programa Bolsa Família ou do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e receberam os apartamentos por contratos de doação. A prefeitura de Magé também concederá isenção de IPTU e ITBI a todos os moradores do empreendimento.

No discurso, Lula disse não haver explicação para o atraso dessas obras, destinadas a famílias da Faixa 1 do MCMV, com renda mensal de até R$ 2.640,00. Esse grupo havia sido excluído do fracassado programa habitacional lançado por Jair Bolsonaro. Ao falar da importância do MCMV para a inclusão social e a redução das desigualdades, Lula destacou: “Quem está recebendo essas casas não vai pagar nada!”.

Brenda Oliveira Vasconcelos, uma das beneficiadas pelo MCMV em Magé, falou da importância da política habitacional do governo. “Hoje estamos realizando o sonho da casa própria, que todos nós almejamos. E estou aqui para representar todas as famílias que têm pessoas atípicas, que lutamos todos os dias para nossas crianças terem independência no futuro”, disse Brenda, ao se referir ao filho com deficiência. “Que possamos ser muito felizes com essa nossa nova conquista”, concluiu.

Outros estados

Também foi realizada, hoje, a entrega de 200 unidades habitacionais do MCMV no município de Paracatu, em Minas Gerais, 152 em Euclides da Cunha, na Bahia, e 144 em Santo Antônio da Posse, no estado de São Paulo. Juntos, os empreendimentos beneficiarão 1.984 pessoas.

No município mineiro, o Residencial Vida Nova I beneficiará 800 pessoas. Com investimento de R$ 13,8 milhões, as 200 unidades são do tipo casa em loteamento, cada uma com área privativa de 52 m², no Bairro Floresta. Os moradores terão, num raio de menos de 4km, acesso a creche, escolas, postos de saúde e de segurança.

Em Euclides da Cunha, o Residencial Ararinha Azul acomodará 608 pessoas. Os imóveis são do tipo casa sobreposta, distribuídos em 38 blocos com quatro unidades cada, sendo duas no térreo e duas no primeiro andar. Os moradores também estarão próximo a creches, escolas, posto de saúde e postos de segurança. O empreendimento recebeu investimento de R$ 13,7 milhões.

Já o Residencial Adalberto Bergo, em Santo Antônio da Posse, município de São Paulo, possui 144 unidades habitacionais que beneficiarão 576 pessoas. Com investimento de R$ 15,2 milhões, os apartamentos estão próximos a creches, escolas, postos de saúde e de segurança.

No evento de entrega de unidades na cidade paulista, o governo federal foi representado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

8 milhões de empregos

Alckmin ressaltou que, só hoje, 1.328 famílias beneficiadas pelo MCMV estavam realizando o sonho da casa própria. Também lembrou que a meta do programa é a contratação de 2 milhões de unidades até 2026, o que, além de aquecer o setor da construção civil, tem previsão de gerar 8 milhões de empregos diretos e indiretos.

Já Alexandre Padilha lamentou que aquelas famílias estivessem esperando a conclusão das obras por 13 anos e falou da importância do evento. “São 144 famílias aqui, presidente Lula, querida Janja, que passam a ter a dignidade da moradia”, afirmou.

O ministro das Cidades em exercício, Helder Melillo, acompanhou Lula na solenidade em Magé e fez um breve balanço do MCMV desde o relançamento do programa, em fevereiro de 2023.

“A gente trabalhou muito. A gente entregou casas para o país todo. Foram mais de 20 mil casas entregues. Nós retomamos mais de 22 mil obras que estavam completamente paralisadas, abandonadas, e, no final do ano passado, a gente, finalmente, fez nosso processo de seleção para a contratação de novos empreendimentos habitacionais, depois de 5 anos sem produzir nenhuma casa”, afirmou.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também estava em Magé. “O que o senhor está fazendo aqui é entregar mais do que as chaves, é entregar dignidade para as pessoas. Só quem sabe da favela é o favelado, só quem sabe da periferia é quem mora na periferia. Quando a gente tem a oportunidade de mudar a vida das pessoas, tem um presidente humano que entende e sabe o que é passar fome, sabe o que é lutar no dia a dia para que a gente possa sonhar com o sonho da casa própria”, afirmou.

As agendas de Lula no Rio de Janeiro também incluem, ainda hoje, a inauguração, em Belford Roxo, da Escola Municipal Arthur Araújo Lula da Silva, em homenagem ao neto do presidente que faleceu em março de 2019, e a cerimônia de lançamento das obras da sede definitiva do Instituto Federal do rio de Janeiro (IFRJ) no município. Além disso, haverá o anúncio da construção do Hospital Oncológico de Belford Roxo.

Na quarta-feira (7), ainda no Rio, os compromissos de Lula incluem o lançamento da pedra fundamental do campus do IFRJ no Complexo do Alemão, comunidade da capital fluminense.

Da Redação PT

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