Após os estabelecimentos bancários terem feito nas duas primeiras semanas a repactuação de dívidas por meio do Programa Emergencial de Renegociação de Dívidas de Pessoas Físicas Inadimplentes (Desenrola Brasil), beneficiando mais de 2,5 milhões de brasileiros que deviam até R$ 100, agora as lojas e segmentos não bancários também decidiram aderir ao programa.
Segundo reportagem publicada pelo Estadão nesta quinta-feira (3), dados divulgados pela Serasa mostram que segmentos de varejo, telecomunicações, securitizadoras, educação e empresas de água, luz e gás registraram um aumento de 31% nos acordos de renegociação de dívidas nas últimas duas semanas de julho em comparação com o mesmo período do mês anterior.
De acordo com a reportagem, a maior parte das dívidas negativadas do Brasil (66,3%) – que somadas se referem a um montante de R$ 301,5 bilhões – são justamente com varejistas, companhias de água, gás e telefonia, segundo dados do Serasa, referentes a outubro de 2022 e compilados pela Febraban. Pelo levantamento, as dívidas com instituições bancárias são 28,8% do total de dívidas no Brasil, enquanto as dívidas com financeiras ocupam o terceiro lugar, representando 14,9% dos débitos.
A matéria informa que, até esta quarta-feira (2), mais de 215 mil CPFs já haviam sido limpos pelo Magazine Luiza e Carrefour, enquanto que outros estabelecimentos varejistas também passaram a oferecer condições específicas de forma antecipada para os seus clientes.
Balanço apresentado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) na segunda-feira, 31 de julho, informa que repactuação de dívidas por meio do programa Desenrola Brasil ultrapassou R$ 2,5 bilhões em volume financeiro, exclusivamente pela Faixa 2, com a renegociação de mais de 400 mil contratos de dívidas.
Ainda de acordo com a Febraban, a maioria dos contratos renegociados de valores até R$ 100,00 é de dívidas oriundas de cartão de crédito.
A Faixa 2 abrange as renegociações de débitos com bancos para quem tem renda de até R$ 20 mil sem limite de valor de dívidas, o que permite o refinanciamento de imóveis e de veículos, por exemplo. Os devedores poderão acionar diretamente as instituições bancárias para negociá-las.
A próxima etapa, que terá início em setembro, terá como foco os devedores com renda de até dois salários mínimos e débitos de até R$5 mil.
Segundo o Ministério da Fazenda, o Desenrola tem o potencial de beneficiar até 70 milhões de pessoas. As políticas para adesão são elaboradas pelas instituições financeiras que aderirem ao programa. As condições para renegociação das dívidas, nessa etapa, serão diferenciadas e cabe a cada instituição financeira defini-las.
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Da Redação do PT