“Não tem como continuar na CPMI do Golpe”, diz Gleisi sobre Marcos do Val

Após ser alvo de mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal, na quinta-feira (15), por ter vazado em suas redes relatório sigiloso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro, o senador Marcos do Val (POD-ES) é agora investigado por cinco crimes.

O bolsonarista é suspeito de divulgação de segredo, associação criminosa, abolição do Estado de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Juntos, os crimes somam penas de até 31 anos.  Ele teve ainda a prisão solicitada pela PF, mas o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou.

Paralelamente, Do Val entrou na mira de pedido de afastamento da CPMI do Golpe, da qual faz parte. “Já não podia antes, agora é que não tem a menor condição de Marcos do Val continuar na CPMI do Golpe. Tem que ser tirado de lá, já”, argumentou a presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, em seu Twitter.

“Tentou junto com Bolsonaro e Daniel Silveira armar plano pra grampear e incriminar Alexandre de Morais, fechar o TSE e dar golpe.  Já até confessou o crime. Criou toda a trama e acabou enrolado. Com essa, nem da Swat escapa!”, concluiu Gleisi.

 

Ao comunicar que solicitará a substituição do senador na CPMI, o deputado Rogério Correia (PT-MG) comparou a situação de Do Val à do deputado André Fernandes, que está prestes a virar réu.

“Então vamos ter um deputado e um senador réus daquilo pelos quais são denunciados como parte do processo de crime que está sendo apurado. Não tem cabimento. Do Val na CPI é como raposa tomando conta do galinheiro”, alertou Correia, em entrevista ao UOL.

Plano golpista com Bolsonaro

Como lembrou Gleisi, Marcos do Val confessou, em fevereiro passado, que havia sido coagido por Jair Bolsonaro a participar de um golpe de Estado para impedir a posse de Lula. Como mais tarde, caiu em contradição, se tornou alvo de inquérito no STF.

O plano, que contaria também com a participação do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), passava por Do Val pedir uma audiência com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e, gravando a conversa,  tentar fazer o magistrado dizer algo que pudesse, mais tarde, ser usado para colocar as eleições sob suspeita.

Depois dessa muito mal contada história, Do Val passou a difundir fake news na internet sobre o 8 de janeiro, sempre atacando o Judiciário e tentando culpar o governo Lula pela tentativa de golpe. Na segunda-feira (12), acabou postando trechos do relatório sigiloso, o que motivou a operação da PF.

Na ação, agentes fizeram busca e apreensão em seu gabinete e em dois endereços no Espírito Santo. O senador teve o celular apreendido e suas contas nas redes sociais foram suspensas.

Da Redação do PT

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