Acordos firmados, nesta sexta-feira (14), entre Brasil e China devem somar cerca de R$ 50 bilhões em investimentos, segundo cálculos informados pelo Ministério da Fazenda à Folha de S. Paulo. São 15 protocolos, memorandos e planos assinados pelos presidentes Lula e Xi Jinping (veja lista abaixo).
Pelo Twitter, Lula informou que os acordos vão ajudar o Brasil a avançar em áreas como energias renováveis, indústria automotiva, agronegócio, linhas de crédito verde, tecnologia da informação, saúde e infraestrutura.
Um dos destaques é o avanço na parceria entre os dois países na construção do satélite CBERS-6, munido de uma tecnologia que permite o monitoramento de florestas como a Amazônia mesmo com nuvens.
Foram acertadas ainda a criação de um grupo de trabalho para implementar medidas que facilitem o comércio bilateral e cooperações nas áreas de pesquisa e inovação, tecnologias da informação e comunicação, promoção industrial e investimentos na economia digital.
Na área da agricultura, foram assinados um plano de trabalho de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal e um protocolo sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China.
Reindutrialização e negociações em real e iene
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que acompanha Lula na viagem, disse que uma preocupação constante do presidente tem sido com o fortalecimento da indústria no Brasil por meio de investimentos de empresas chinesas.
“O presidente colocou, em todas as reuniões, o desafio de intensificarmos os estudos sobre a viabilidade de reindustrializar o Brasil em parceria com o capital chinês, que está disponível e vê na América do Sul uma oportunidade de criar ali uma plataforma para seus produtos tanto para venda local quanto para exportação”, disse Haddad.
O ministro também comentou a declaração de Lula sobre a possibilidade de China e Brasil começarem a fazer negócios não mais em dólar, mas com suas moedas locais. Na quinta-feira (13), Haddad já havia dito que essa é uma forma de “escapar da camisa de força de ter comércio fixado em moeda de um país que não faz parte da transação”.
Nesta sexta-feira, ele lembrou que se trata de uma discussão inciada anos atrás, tanto no âmbito do Mercosul quanto no dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Essa ideia prosperou com alguma celeridade no Mercosul, mas no período recente retraiu barbaramente. Agora, volta à mesa para que aprofundemos o tema e possamos promover o intercâmbio comercial com base nessa filosofia.”
LISTA DE ACORDOS ASSINADOS
Memorando de entendimento sobre o grupo de trabalho de facilitação de comércio
Protocolo complementar sobre o desenvolvimento conjunto do CBERS-6 ao acordo-quadro sobre cooperação em aplicações pacíficas de ciência e tecnologia do espaço exterior
Memorando de entendimento sobre cooperação em pesquisa e inovação
Memorando de entendimento sobre cooperação em tecnologias da informação e comunicação
Memorando de entendimento para a promoção do investimento e cooperação industrial
Memorando de entendimento sobre o fortalecimento da cooperação em investimentos na economia digital
Memorando de entendimento entre o Ministério da Fazenda do Brasil e o Ministério das Finanças da China
Memorando de entendimento sobre cooperação em informação e comunicações
Acordo de coprodução televisiva
Memorando de entendimento entre Grupo de Mídia da China e Secretaria de Relações Institucionais do Brasil
Acordo de cooperação entre a agência de notícias Xinhua e a EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
Memorando de entendimento na cooperação para o desenvolvimento social e rural e combate à fome e à pobreza
Plano de cooperação espacial 2023-2032 entre a Administração Espacial Nacional da China e a agência espacial brasileira
Plano de trabalho de cooperação na certificação eletrônica para produtos de origem animal
Protocolo sobre requisitos sanitários e de quarentena para proteína processada de animais terrestres a ser exportada do Brasil para a China.
Da Redação do PT, com informações do Ministério da Fazenda