O negacionismo tira vidas e custa caro

Por Julimar Roberto*

Um dos piores governos que o Brasil já teve, Bolsonaro é lembrado pela destruição completa do país e de suas políticas públicas. Foi contra a educação, as minorias, os direitos trabalhistas, contra o povo. E com a saúde e a ciência não foi diferente. Lá no início da pandemia, segurou até onde pôde, a compra das vacinas. E, quando por fim comprou os imunizantes, não implementou uma campanha eficaz para que a população pudesse se vacinar.

Muito pelo contrário, foi negligente e sempre que podia, tentava fazer a população desacreditar na eficácia da vacinação. Em uma das cenas mais grotescas da política brasileira, o então presidente chegou a mostrar uma caixa de cloroquina para as emas, no gramado do Palácio do Planalto. Vale lembrar que o remédio é comprovadamente sem eficácia contra a Covid, mas, mesmo assim, foi defendido fielmente por Bolsonaro e seus apoiadores.

Só que esse negacionismo custou caro ao povo, e, muitos, infelizmente, pagaram com a vida. Foram contaminados pelo vírus e, sem vacina ou por seguir a cartilha negacionista de Bolsonaro e decidir não tomar o imunizante, morreram. Quase 700 mil mortes no Brasil. Foram milhares de pessoas que ficaram sem um pai, uma mãe, um irmão, um amigo.

Mas não ficou só nisso, pois a conta chegou também ao bolso dos que sobreviveram ao governo Bolsonaro. De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, sob a gestão bolsonarista, o Ministério da Saúde deixou vencer cerca de 38,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Um prejuízo de R$ 2 bilhões aos cofres públicos.

E o descaso de Bolsonaro com a saúde não parou por aí. Além das vacinas contra a covid vencidas, o Ministérios da Saúde incinerou medicamentos usados para o tratamento de doenças raras, uma das bandeiras defendidas por sua gestão. Mais um prejuízo milionário ao Brasil.

Segundo dados obtidos pela Folha de São Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação, desde 2019, cerca de 214 milhões de remédios foram descartados. Na lista, estão vacinas contra sarampo, rubéola, hepatites e outras doenças, além de medicamentos para pessoas que vivem com HIV. Um verdadeiro desastre! Enquanto isso, o povo pena para conseguir atendimento básico e ter a saúde assegurada como um direito constitucional.

Agora, a conta chegou e não pode ser paga por nós, povo brasileiro! Bolsonaro deve pagar por cada centavo, pela sua negligência e por tantos outros crimes que cometeu ao logo do seu mandato. É urgente que se faça valer a justiça.

E que isso nos sirva de lição. O negacionismo custa caro, tira vida e pode deixar um efeito devastador na vida pessoas e na economia de um país.

*Julimar é comerciário e presidente da Contracs-CUT

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