“Nós não conseguimos entender o fato de o Brasil ter a maior taxa real de juros do mundo”, justificou o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), coordenador da campanha
Parlamentares do PT e de outros partidos da Base do governo Lula afirmaram nesta terça-feira (14), na Câmara dos Deputados, que a alta taxa de juros mantida pelo Banco Central é incompatível com a proposta vitoriosa nas urnas, do presidente Lula, que defendeu o crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda. As declarações ocorreram durante o lançamento da campanha #jurosbaixosjá, ocorrida no Salão Verde da Câmara, e coordenada pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
Durante o ato, que contou com a presença de dezenas de parlamentares do PT, PSOL, PCdoB, Avante e do PP, Lindbergh revelou à imprensa que está criando uma frente parlamentar contra os juros abusivos no País. O objetivo é ajudar na mobilização da sociedade para a discussão do tema. “O presidente Lula foi eleito falando de crescimento econômico, geração de empregos e distribuição de renda. Nós não conseguimos entender o fato de o Brasil ter a maior taxa real de juros do mundo, de 8,16%”, explicou Lindbergh.
O deputado disse ainda que muitos países adotam taxas de juros negativas (taxa de juros descontada a inflação) e que mesmo os que têm juros positivos possuem taxas reais bem menores que a do Brasil. Esse é o exemplo do México (2ª maior taxa), com 5%; do Chile (3ª) com 4%; e da Colômbia (4ª maior taxa), com 3% de juro real. “Portanto, esse é um movimento para disputar a sociedade. Nós vamos lutar para mostrar ao País que essa taxa de juros é indecente, e que o Brasil não tem como retomar o crescimento econômico com ela”, avisou Lindbergh.
Apoio do partido
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), também hipotecou o apoio do partido à campanha pela redução dos juros. A parlamentar declarou à imprensa que na reunião do Diretório Nacional do PT – ocorrida nessa segunda-feira (13) – o partido apoiou a convocação do presidente do Banco Central – Roberto Campos Neto – para prestar esclarecimentos ao Congresso sobre a alta taxa de juros adotada no País.
Ao também criticar a atual taxa de juros de 13,75% ao ano, Gleisi Hoffmann ressaltou que não existe justificativa econômica para manter os juros em patamar tão elevado.
“Precisamos sair desse círculo vicioso. Temos que parar com essa conversa que temos risco fiscal. Risco fiscal por não pagar dívida pública? Como, se a nossa dívida é em real e temos reservas internacionais, e ainda uma dívida cuja proporção em relação ao PIB é plenamente razoável e está em consonância com os países que estão em crescimento? Então, não tem risco fiscal”, disse a parlamentar.
Movimentos Sociais
A campanha #jurosbaixosjá também conta com apoio de vários movimentos sociais. Presente ao Ato, a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), Juvandia Moreira Leite, ressaltou que a manutenção da atual taxa de juros é uma ação contrária ao desenvolvimento econômico e social do Brasil.
“Um juro tão alto só pode ser sabotagem. Será que querem uma recessão no País? O Brasil precisa crescer, e essa foi a proposta vencedora na eleição. Essa alta taxa de juros afeta diretamente a população, seja no crédito habitacional, na aquisição de um automóvel ou algum eletrodoméstico. E isso afeta diretamente a economia, além da geração de emprego e renda. Precisamos de juros baixos já para fazer o Brasil crescer”, afirmou.
Assista a coletiva na íntegra:
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Fonte: Site PT