Sindicatos protestam contra juros altos e atuação do Banco Central

Atos aconteceram em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, na terça-feira (14). Manifestantes cobram saída do presidente do BC, Roberto Campos Neto

Contra a atuação do Banco Central (BC), contra a política monetária fora do alcance do governo e contra a manutenção da taxa Selic em 13,75% pelo BC, algo que fere a soberania nacional, sindicatos promoveram atos, nesta terça-feira (14), para protestar contra os juros altos. Organizações como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) pediram ainda a saída do presidente da instituição, Roberto Campos Neto.

Vista como um retrocesso democrático, a blindagem do BC, representada pelo mandato de Campos Neto não coincidente com o do presidente da República,  impede que governos populares mudem as políticas econômicas de governo anteriores. As manifestações por cortes da taxa básica de juros (Selic) e uma mudança na política de autonomia do BC aconteceram em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Durante os protestos, as entidades ressaltaram que a queda da Selic é necessária para o estímulo do desenvolvimento econômico do país, com geração de empregos e renda.

Alinhado ao presidente Lula, que prioriza a recuperação econômica brasileira e mudanças na meta de inflação, o presidente da CUT, Sérgio Nobre, enfatiza que é urgente mudar o rumo do país para que o povo brasileiro volte a ter dignidade.

“Precisamos de alguém no BC que ajude a tirar o país desse caos que foi instalado nos últimos seis anos, que ajude a mudar os rumos para o Brasil voltar a ter emprego e o povo brasileiro volte a ter dignidade, porque esse é o nosso papel, essa é a tarefa do movimento sindical, da Central Única dos Trabalhadores”.

Nobre critica duramente o presidente do BC e contesta a falta de compromisso de Roberto Campos com a classe trabalhadora brasileira.

“Campos Neto pode esperar, a sua batata está no forno. Os atos realizados hoje pela CUT e todo o movimento sindical em Brasília, São Paulo e demais estados onde há representação do Banco Central vão acontecer até esse canalha cair, tomar vergonha na cara e entregar o posto para que alguém decente, que tenha compromisso com a classe trabalhadora, possa assumir”, disse Sérgio Nobre.

O presidente nacional da CUT também destaca que a mudança no Banco Central é fundamental. “Essa política de autonomia e juros altos que o Campos Neto (colocado no cargo por Bolsonaro) defende foi a responsável pela destruição da produção brasileira, por desempregar, colocar o povo na fila do osso e milhões de famílias dormindo nas calçadas no Brasil inteiro”.

Maior taxa de juros do mundo

Reflexo da má gestão do governo de Bolsonaro, o Brasil continua com a maior taxa de juros real (taxa de juros básica, descontada a inflação) do mundo, acima de 8%. Com a manutenção da Selic em 13,75%, o país compromete o crescimento da economia e impede a agenda de desenvolvimento.

Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo e CUT

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