Em apoio a Lula, economistas lançam manifesto por queda na taxa de juros

“A taxa de juros tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis”, diz trecho do documento assinado por Luis Gonzaga Beluzzo e Luciano Coutinho, entre outros

Para os economistas, o discurso oficial não encontra nenhuma justificativa seja no cenário internacional ou na teoria econômica para justificar os juros altos (Imagem: Site do PT)

Diante da descabida relação entre o índice de inflação (5,79%) e a taxa básica de juros mantida pelo Banco Central (BC) no Brasil (13,75%), um grupo de economistas e cientistas políticos lançaram, na sexta-feira (10), um manifesto para reduzir a Selic, em claro apoio ao presidente Lula, crítico ferrenho da política adotada pela instituição. Segundo o manifesto, entitulado Taxa de juros para a estabilidade duradoura: Manifesto de economistas para o desenvolvimento do Brasil, o país não terá condições de se desenvolver com uma taxa de juros que asfixia a atividade econômica.

“A taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis”, aponta o manifesto, que é assinado pelos economistas Luis Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Monica de Bolle, Luis Gonzaga de Mello Belluzzo, Luciano Galvão Coutinho, Nelson Marconi, Antonio Correa de Lacerda, Clélio Campolina, Paulo Nogueira Batista Jr. e Lena Lavinas, entre outros.

“O discurso oficial em sua defesa não encontra nenhuma justificativa seja no cenário internacional ou na teoria econômica e o debate precisa ser arejado pela experiência internacional”, argumentam os economistas, no texto.

“Os economistas signatários deste manifesto declaram publicamente o apoio a uma política que seja capaz de reduzir substancialmente a taxa de juros, propiciando as condições para a retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”, aponta o documento, em clara concordância com a diretriz defendida pelo presidente Lula.

Nas últimas semanas, Lula abriu um debate considerado fundamental entre acadêmicos desenvolvimentistas sobre a atual política do Banco Central, chefiado por Roberto Campos Neto. “Não existe nenhuma justificativa para a taxa de juros a 13,75%, é só ver a carta do Copom para ver a vergonha que é esse aumento de juros e a explicação que deram para sociedade brasileira”, cobrou Lula, na semana passada.

“O problema não é a independência do Banco Central, é que esse país tem uma cultura de viver com o juro alto que não combina com a necessidade de crescimento que temos”, criticou o presidente.

Desde que Lula iniciou um debate nacional sobre o tema, tem crescido a adesão de economistas, cientistas políticos e de parte da imprensa a uma política voltada para o crescimento do país, em detrimento dos lucros do sistema financeiro.

“A chiadeira de Lula contra Campos Neto e o BC não é somente oportuna”, escreveu o colunista Chico Alves, neste domingo (12), no portal UOL. “É acima de tudo uma obrigação do presidente. Considerando que ele foi eleito para defender os interesses da maioria da população, e não apenas de meia dúzia de privilegiados do tal ‘mercado’, o petista não está fazendo nada além de cumprir o seu papel”, opinou o colunista.

Site PT, com UOL

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