13º, bom para o trabalho, melhor para o Brasil

Por: Julimar Roberto

Aproximadamente 87,7 milhões de brasileiros serão beneficiados com o 13º salário ─ aquela gratificação extra que recebemos no final deste ano. Os valores injetarão mais de 291 bilhões na economia brasileira, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o que fortalecerá ainda mais o crescimento do país ─ cerca de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB).

Instituído em 1962, no governo de Joao Goulart, o 13º salário é fruto de uma árdua e longa luta da classe trabalhadora e das entidades sindicais Brasil afora. Muitos agradecem ao então presidente pela sanção da proposta ou ao deputado Aarão Steinbruch (PTB-RJ), que propôs a discussão do tema na Câmara, após outros dois projetos serem protocolados na Casa.

Mas não foi bem assim. A aprovação pelo Congresso e a sanção presidencial só aconteceram porque, antes, teve luta. Muita luta. Inúmeras foram as greves e mobilizações em torno da pauta. Diversos também foram os posicionamentos e as pressões aos parlamentares pela rejeição do texto. Em meio à disputa quase que ideológica, o movimento sindical exerceu um papel fundamental.

Hoje, graças a essa mobilização esquecida por muitos, têm direito ao benefício, trabalhadores que atuam sob contrato de trabalho regido pela CLT, beneficiários da Previdência Social, aposentados e servidores públicos, totalizando milhões de brasileiros.

Mas, essa conquista tão importante sofreu um golpe em 2017, com a aprovação da reforma trabalhista. Além dos mais de 100 pontos da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) que foram alterados, a nova legislação permitiu a criação de milhares de postos de trabalho sem direito a inúmeros benefícios, como o FGTS, férias e o tão sonhado 13º salário.

É importante lembrar que, para além de um direito do trabalhador, o 13º traz melhorias econômicas e sociais importantíssimas para o Brasil, como mostra o Dieese. Todos saem ganhando. O dinheiro que sai, volta ainda mais forte.

Por isso, nós, do movimento sindical, seguiremos lutando pela revogação da reforma trabalhista e seus prejuízos, e pela volta de um mundo do trabalho perto do ideal, que é com direitos, dignidade e respeito à classe trabalhadora que constrói esse país. Lutaremos também contra o aumento exacerbado da informalidade, que tira do brasileiro o acesso ao 13º, uma conquista histórica.

13º é direito e deve ser respeitado!

Redação do PT

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